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01 setembro 2016

LUTO POR TI BRASIL


Ouve-se desde o planalto um silêncio incrédulo;
O povo heroico, há muito não se vê representado;
Acompanha o brado retumbante de uma turba de malfazejos
que clamam a si o direito particular, o plural de seus desejos.

Hoje o sol não brilhou, o ódio dissipado pelos corações dos infelizes
cobriu o astro rei com uma nuvem espessa e pútrida.
A vergonha é o sentimento coletivo,
que leva para além-mar
a imagem desbotada desse povo varonil,
por meia dúzia de abjetos senhores ignóbil.
A liberdade se vê às vésperas dos grilhões
guardados por nossa história manchada a ferro e sangue,
negra história, marcada por autoritarismo e desgoverno,
que ainda hoje habitam as lembranças de suas vítimas a termo.

No seio do teu povo heroico e varonil,
não há clamor por liberdade, por justiça,
que desafia a própria morte,
pois a tua voz não mais se ouviu.

Ó pátria amada! Vilipendiada,
usurpada desde a mais tenra idade.
Salve, salve esse teu povo que se sente órfão
de direitos, de respeito de dignidade.
Já não há garantias para o penhor dessa igualdade;
Porquanto alguns mais iguais que outros são.
E o teu braço forte, não imprime respeito,
já não sustenta os teus direitos,
nem mais os teus filhos, que hoje a luta não mais vão.

Brasil, fostes reduzido a sonho intenso, quimera;
Por quem, te trata como propriedade sua, pudera!
Subtraindo tua esperança, rudeza
de ser gigante como tua própria natureza.
Os nossos bosques já não tem mais vida,
em nosso peito já não habita mais amores.
Já não és belo, nem forte,
e o teu futuro não espelha qualquer grandeza.

Permaneces deitado eternamente em berço desditoso
Ao som abafado nos mais profundos recônditos sítios,
por desconhecer seus direitos, seus ditames, és temeroso.

Pátria amada,
Ergueste a clava forte da injustiça
Teus filhos tem o que Temer.
Temer usurpador do poder;
Temer corrupto e corruptor;
Temer judas traidor;
Temer entidade que quer poder.


Aos filhos desde solo és mãe senil,
Pátria usurpada.
Por ti Luto Brasil.

Emerson Marinho