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26 junho 2023

FORO DE SÃO PAULO: UMA ORGANIZAÇÃO COMUNISTA OU ORGANIZAÇÃO DEMOCRÁTICA?

O que é e como funciona o grupo que reúne partidos e organizações de esquerda da América Latina e do Caribe, e que é alvo de críticas e ataques por parte da direita.

Emerson Marinho*

Imagem gerada por IA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um convite para participar da reunião do Foro de São Paulo, que ocorrerá em Brasília entre os dias 29 de junho e 2 de julho. O evento reunirá partidos políticos e organizações de esquerda da América Latina e do Caribe, que buscam construir uma agenda comum de luta contra o imperialismo, o neoliberalismo e todas as formas de opressão e exploração. Lula ainda não confirmou sua presença e deverá fazê-lo em data mais próxima do evento.

Mas afinal, o que é o Foro de São Paulo?

O Foro de São Paulo é uma organização que foi criada em 1990, a partir de um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil. O objetivo era convidar outros partidos e organizações da região para promover alternativas às políticas neoliberais que dominavam o cenário internacional após a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. Além disso, o Foro busca fortalecer a integração latino-americana nos âmbitos econômico, político, social e cultural.

Lula foi um dos idealizadores do Foro e participou ativamente de seus encontros ao longo dos anos. Desde a sua fundação, o Foro realizou 25 encontros em diferentes países da região, com a participação de mais de 100 partidos e organizações políticas de diversas correntes ideológicas, que vão desde a social-democracia até o socialismo revolucionário. O Foro também conta com a presença de movimentos sociais, sindicais, populares, indígenas, afrodescendentes, feministas, ambientalistas e de direitos humanos.

A reunião do Foro em Brasília promete ser uma das maiores já realizadas pelo grupo. Além dos partidos e organizações membros do Foro, também devem participar representantes de outros países que não fazem parte oficialmente do grupo, como Estados Unidos, China, Rússia, Índia e Arábia Saudita. A expectativa é que o evento seja um espaço de debate, articulação e cooperação entre as forças progressistas da região, que buscam construir uma alternativa ao modelo hegemônico que ameaça os direitos sociais e as conquistas democráticas dos povos.

O Foro de São Paulo tem sido alvo de críticas e ataques por parte dos setores conservadores e reacionários da região, que o acusam de ser uma organização comunista que pretende instaurar uma ditadura bolivariana na América Latina. Por outro lado, os defensores do Foro afirmam que esta é uma organização pluralista e democrática, que respeita a diversidade e a autonomia de seus membros. O Foro não é um partido único nem um comando centralizado, mas sim uma rede horizontal de articulação política.

Diante do exposto, o Foro de São Paulo parece ser uma necessidade atual na conjuntura latino-americana, marcada pelo avanço das forças neofascistas e neoliberais que ameaçam os direitos sociais e as conquistas democráticas dos povos. O Foro é uma ferramenta de resistência e esperança para aqueles que sonham com uma América Latina livre, soberana, justa e solidária.

Bacharel em Comunicação Social*