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16 setembro 2009

PROJETO COMEMORA OS 30 ANOS DA MEIA PASSAGEM DE SÃO LUÍS

By Emerson Marinho*

Hoje, 17 de setembro, faz exatos trinta anos que São Luís viveu um dos seus momentos mais memoráveis, a Greve da Meia Passagem ou a Greve de 79. Com direção do professor Coelho Neto, profissionais de comunicação e estudantes da Universidade Federal do Maranhão se debruçam diuturnamente para resgatar a historia deste que é considerado o maior triunfo da juventude do nosso Estado.


Ao longo de quatro meses já foram realizadas várias entrevistas com os personagens daquele dia fatídico. Muitos descrevem emocionados todas as atividades que foram realizadas ao longo de três anos enfrentando as forças de repressão representadas pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e pela ASI (Assessoria de Segurança e Informação) braço do SNI (Serviço Nacional de Informação) que vigiavam cada passo que davam aqueles que consideravam potenciais subversores da ordem. Segundo eles foram realizadas assembléias, abaixo-assinados e mobilizações em feiras, ruas e praças que serviram para mobilizar a população ludovicense em torno da luta pela meia passagem, tudo isso iria culminar com o embate do dia 17.

Também foram resgatados livros, jornais da época, produções acadêmicas que tratam do assunto com a finalidade de resgatar o mais fiel possível a realidade histórica. Dentre as principais peças que serão produzidas pela equipe do projeto dos 30 Anos da Meia Passagem estão: Um vídeo documentário que apresenta cronologicamente a história da meia passagem sendo narrada por quem viveu aquele momento histórico, e ilustrada por fotos históricas e trechos de filmes da época.

O livro-documentário, mais que contar a história daquele setembro de 79, faz um resgate do surgimento da meia passagem, contextualizando a história nacional, internacional e local para que se compreenda quais os fatores que levaram ao desencadeamento do embate que levaria à conquista da meia passagem.

Para o lançamento da campanha foi apresentado em definitivo o site dos 30 anos da meia passagem (www.meiapassagem.com.br) onde podem ser encontrada a descrição das peças dos projetos, um rico acervo fotográfico e filmetes com parte do depoimento de alguns dos principais personagens da meia passagem.

Nossos agradecimentos aos personagens da greve da meia passagem, conhecidos ou anônimos, pela conquista deste direito conseguido com muito suor, lágrima e sangue, mas que ainda hoje é desfrutado por jovens ricos e pobres que, por vezes, o utiliza sem saber da história de persistência e superação de jovens que sonhavam com um mundo mais justo, mais humano, mais democrático.

* Bacharel em Comunicação e produtor do Rádio Ciência

12 setembro 2009

ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO DA UFMA GANHAM PRÊMIO NACIONAL

By Emerson Marinho*

A Universidade Federal do Maranhão continua mostrando que existem bons profissionais em potencial dentro dos seus muros logrando reconhecimento nacional. A mais recente demonstração aconteceu durante o XXXII Intercom Nacional (Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação) realizado na capital paranaense entre os dias 04 e 07 de setembro. Três trabalhos foram premiados no XVI Expocom – Jornada de Pesquisa Experimental em Comunicação que faz parte do Congresso.

O Expocom premia os melhores trabalhos de graduação em Comunicação Social estimulando o desenvolvimento da pesquisa experimental. Só este ano foram inscritos mais de mil trabalhos o que superou as expectativas dos organizadores que constatam o crescimento vertiginoso do evento ano após ano. Dos seis trabalhos apresentados pela Universidade Federal, três foram premiados.

Na categoria Áreas Emergentes e Produção Transdisciplinar em Comunicação, modalidade Portal, o trabalho vencedor teve como título: Maranhão Ciência: o portal do jornalismo científico, com a equipe: Israel De Napoli Câmara Santos, Izabel Caroline Gomes de Almeida, Ana Carolina das Neves Machado, Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, Seane Alves Melo, que tiveram orientação do professor Rogério Costa.

Na categoria Áreas Emergentes e Produção Transdisciplinar em Comunicação, modalidade Produção Multimídia (avulso) o premiado foi o Videotur, que teve em sua equipe: Ricardo Barbosa Fernandes de Sousa, Ilka Chaves Lima, Israel De Napoli Câmara Santos, Paola Frassinetti Coelho Botelho, Marçal Constâncio Vieira Ribeiro, sendo orientados pela professora Eveline Cunha.

E Comunicação e educação: a sensibilidade das relações no hipertempo, vencedor da categoria Cinema e Audiovisual, na modalidade Programa Avulso de Vídeo/TV que incorporava documentário, noticiário, entrevistas, variedades etc., sendo formado por Fábio Maikel Pereira Alves, Suelaine Soraia Cantanhede Pereira sob orientação da professora Rose Ferreira.

Lamenta-se, entretanto, que outros bons trabalhos não puderam ser apresentados simplesmente por não terem o devido apoio da universidade para conduzir os nossos jovens cientistas até Curitiba. O que se constata é que o que falta agora é mais apoio institucional e incentivo aos nossos pesquisadores, pois boas idéias, bons projetos e potencial, já ficou claro que temos. Esperamos que em 2010, quando o evento acontece na Universidade de Caxias do Sul (RS) tenhamos menos a lamentar e muito mais a comemorar.

* Bacharel em Comunicação e produtor do Rádio Ciência

31 agosto 2009

MARCO REGULATÓRIO DO PRÉ-SAL SERÁ ENCAMINHADO AO CONGRESSO

By Emerson Marinho

O marco regulatório do petróleo extraído da camada pré-sal foi anunciado a pouco pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Segundo o líder do governo no senado, o senador Aluísio Mercadante, o marco segue agora ao Congresso através de quatro projetos de lei:

O 1º cria regras de exploração com regime misto: partilha e concessão. De acordo com o ministro “dos 24 maiores produtores de petróleo do mundo, 18 têm esta prática.” Ele destaca ainda que a prática da partilha vai permitir ao Brasil ter maior controle sobre sua riqueza tendo a Petrobrás como operadora de 30% da reserva, deixando o restante (70%) para ser licitado.

O 2º projeto criara uma empresa de exploração da riqueza mineral, sem receita, batizada de Petrosal. Sua finalidade será acompanhar os investimentos e a operacionalização da exploração que estiver em regime de partilha.

A criação de um fundo-caixa para captação de renda a partir da exploração do pré-sal para ser aplicado em infra-estrutura é o teor do 3º projeto que segue ao Congresso. Como já havia sido anunciado pelo presidente Lula, parte dos recursos captados será aplicado em educação, cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia e no combate à pobreza.

O último projeto prevê a capitalização da Petrobrás no valor de até 5 bilhões de barris de petróleo garantindo mais recursos à empresa para explorar o pré-sal. A operação visa a participação de “poupadores” que a partir da aquisição de títulos públicos das empresas participarão, como sócios minoritários, nos lucros da empresa.

28 agosto 2009

CONGRESSO DE JORNALISTAS E RADIALISTAS DISCUTE CRISE

By Emerson Marinho*


A sexta edição do Congresso de Jornalistas e Radialistas do Maranhão acontece entre os dias 01 e 03 de outubro, no Rio Poty Hotel, trazendo este ano como principal temática “Crise (em comunicação) é oportunidade”. A matéria é bastante apropriada ao momento histórico em que passa o mundo, que ainda luta para se recuperar da pior crise econômica desde a Grande Depressão acontecida em 1929 decorrente da quebra da Bolsa de Nova Iorque.

Como em toda crise, nem todos perdem, há para alguns a oportunidade de tirar proveito da situação transformando os aspectos negativos em positivos. E como a crise econômica afeta todas as áreas, a comunicação não poderia ficar de fora, pois as empresas de comunicação precisam das verbas publicitárias das grandes empresas que permitem manter-se em um negócio cada vez mais competitivo. E quando se fala em competição fala-se dos proprietários das empresas aos estudantes que pleiteiam entrar num mercado já saturado que forma todos os anos centenas de profissionais e que não apresenta qualquer resquício de expansão. Para poder ingressar neste mercado é preciso ter pelo menos uma das três “qualidades” a seguir: Q.I. (Quem Indica); ser extremamente competente, se destacando entre os demais; ou ser perspicaz para aproveitar das oportunidades, o que não parece nada simples.

Para discutir como se chegar a essas “oportunidades” se farão presentes ao Congresso: Ricardo Noblat, colunista do Jornal O Globo; Jorge Aboud, técnico da Eletrobrás; Eraldo Carneiro, gerente de Planejamento e Gestão de Comunicação da Petrobras; Luciano do Vale, jornalista e locutor da Sport Tv e Tv Band; Marlene Marchiori, Doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-doutora em Comunicação Organizacional pela Purdue University, dos Estados Unidos; e a repórter e correspondente global Sandra Passarinho (ainda a confirmar).

O tema do congresso incidirá sobre “A comunicação corporativa e o jornalismo em época de crise”, sem deixar de abordar, em conferências específicas, a crise que vive o jornalismo brasileiro com a decisão do STF de cassar o diploma de jornalistas.

* Bacharel em Comunicação Social pela UFMA e co-produtor do Rádio Ciência

24 agosto 2009

MARINA SILVA AFIRMA QUE MODELO DE DESENVOLVIMENTO NÃO É SUSTENTÁVEL

By Emerson Marinho 
A palavra da moda atualmente é sustentabilidade. Empresas das mais diferentes atividades, grandes ou pequenas, politicamente corretas ou não utilizam este verbete para justificar que tem preocupação com o meio ambiente. Segundo o Relatório de Brundtland de 1987, sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

Na prática vemos empresas, como as de celulose que utilizam matéria prima em estado bruto, ou commodity para a elaboração de produtos industrializados, uma parte da matéria prima é decorrente do uso de produtos ainda virgem dados como cultivados. Outras como a Vale que há vários anos vem explorando abusivamente do nosso solo, poluindo-o com materiais tóxicos, e realizando intensa erosão, sem que o Estado e o seu povo tenham um retorno satisfatório de seus lucros.

Para justificar as agressões ao solo, à terra e à água dos nossos rios e reservas subterrâneas de água, criou um parque botânico para sensibilizar o povo a crer que a empresa se preocupa com a proteção do meio ambiente. A tentativa é de mascarar a exploração desenfreada e sem limite que a empresa vem realizando no nosso Estado, que como um morcego, sopra para sugar o sangue da vítima. De outro lado vem patrocinando os principais meios de comunicação, até mesmo as rádios comunitárias, como a Rádio Comunitária Bacanga FM que fica na área de exploração da empresa, para calá-las e fazer com elas, não necessariamente fale bem da empresa, mas se calem por temer perder um dos seus principais mantenedores.

Em nível nacional a empresa Estatal, Petrobrás, justifica a exploração desenfreada das nossas riquezas naturais alegando que está produzindo a energia que impulsionará o país para o futuro. Marina Silva, ex PT, em entrevista à Folha, mostra a contradição da empresa de investir em sustentabilidade fazendo uso de matérias primas não renováveis. Confira parte da entrevista, publicada no dia 23 de agosto:

- O que não é sustentável hoje no Brasil?

O próprio modelo de desenvolvimento, que tem origem numa visão equivocada de que os recursos naturais eram infinitos. Temos de aprender a lidar com essa limitação no sentido de criar novas práticas, novas oportunidades, nova relação de produção e consumo.

- O programa nuclear brasileiro é sustentável?

Nós temos outras fontes de energia. Alega-se que são caras. E, na verdade, são. Mas a nuclear também é cara. Com uma diferença: a energia eólica e da biomassa são caras mas são seguras, a nuclear é cara e não é segura.

- O pré-sal é sustentável?

Os combustíveis fósseis são insustentáveis. O pré-sal tem de ser visto com os cuidados para que não façamos a apologia do recurso em si. É preciso que parte dos recursos obtidos sejam drenados para compensar os danos ambientais das emissões de CO2.

(Folha de SP, 23/8)

23 agosto 2009

SEMANA NACIONAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA INCENTIVA NOVOS PESQUISADORES

By Emerson Marinho*

Entre os dias 19 e 25 de outubro acontece nas principais capitais do país a Semana da Ciência e Tecnologia, que tem o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT e das diversas instituições de ensino públicas e particulares, além de outras envolvidas com a ciência, pesquisa e inovação tecnológica.

Com o tema “Ciência no Brasil” o evento pretende chamar os jovens e as crianças a desbravarem o mundo da ciência e tecnologia e levar estes a perceberem qual a importância da C&T para cada cidadão e, consequentemente para todo o Brasil. A outra proposta da Semana é homenagear cientistas brasileiros que foram ou são destaque na área. Esta homenagem será realizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia com a exposição de painéis e trabalhos que se destacaram no ano.

No Maranhão a Semana será promovida pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia em parceria com a as Universidades Federal, Estadual, o IFET e o Ceuma, os órgão do Sistema S, como o SEBRAE, SENAI, SESI, além de outras entidades. As atividades acontecerão nos vários campi da UFMA, da UEMA e do IFMA e no Convento das Mercês.

Ao longo dos cinco anos de existência a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia vem desempenhando um papel fundamental na divulgação da C&T para os outros setores da sociedade, despertando nos jovens, futuros cientistas o gosto pela ciência. Isso é importante porque percebia-se que nos últimos anos o número de crianças e jovens interessadas no tema vinha diminuído vertiginosamente, o resultado disso era a pouca demanda humana para produção de pesquisas, que já vinha sofrendo, como ainda sofre, com os poucos investimentos.

Nos últimos anos esta realidade vem aos poucos mudando. Não pode-se dizer que a Semana seja a principal razão desta mudança, mas ela surge como uma iniciativa importante para que outros possam se empenhar em incentivar a prática da C&T que muito contribui para o desenvolvimento de um país.

Homenagear a cientistas que se destacaram nacionalmente com pesquisas realmente relevantes à sociedade só vem incentivar a que outros pesquisadores busquem se aperfeiçoar para também alcançar reconhecimento com suas pesquisas. Como há pouco apoio e investimento na área a iniciativa viria como mais um incentivo aos pesquisadores resultando em benefícios a todos nós.

* Bacharel em Comunicação Social pela UFMA e Co-produtor do Rádio Ciência da Rádio Universidade

PRÊMIO FAPEMA EM SUA 5ª EDIÇÃO

By Emerson Marinho*

         A Fapema vem pelo quinto ano consecutivo lançar edital para mais uma edição do seu prêmio. O tema deste ano é “A Refinaria Premium e o Desenvolvimento do Maranhão”. O objetivo do prêmio vem sendo mantido: “reconhecer a capacidade técnico-científica de estudantes e profissionais maranhenses”. Nas quatro primeiras edições do prêmio Fapema pôde-se comprovar o alto nível das pesquisas e a grande participação de pesquisadores que só veio a crescer com o passar dos anos.
         
         Em 2009 são várias as novidades trazidas pelo prêmio, novidades que não considero como positivas. Uma das que chama a atenção de quem já participou nas quatro edições anteriores, é que agora “cada candidato poderá participar somente com um trabalho por modalidade” o que acredito limitar o fomento da produção de um número maior de pesquisas. 


         Uma das justificativas poderia ser a maior qualidade que um cientista pode empregar a uma só pesquisa, mas em contrapartida refreia o espírito criativo de quem deseja participar do concurso com um número maior de trabalhos. É fato que um número grande de trabalhos apresentados não é sinônimo de qualidade das produções, entretanto, um pesquisador tem mais chances de acertar no gosto dos jurados se enviar as suas várias produções, e como são poucos os espaços para a divulgação científica no Estado seria uma excelente oportunidade para que os pesquisadores dessem visibilidade às suas pesquisas.


         O que causa bastante surpresa é o Prêmio Fapema vir a acontecer, já que a instituição promotora (FAPEMA) teria surgido no governo do atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em 1991, colocando o Maranhão no seleto grupo dos Estados do nordeste que congregavam uma Fundação de Amparo à Pesquisa; mas viria a ser extinta no governo da atual governadora no ano de 1998 por conta de uma modernizadora reforma administrativa. 


         Esta atitude, como era de se prever veio refrear em muito as produções e o fomento das pesquisas científicas no Estado. E como se pode perceber pelos números do IDH do nosso Estado referente à educação, a educação nunca foi prioridade no governo da que chamam oligarquia Sarney, o que tem mantido o Estado com um dos piores indicies de desenvolvimento humano, principalmente o educacional.


         O tema deste ano pode ser encarado como de caráter mais político que social, isto fica bastante evidente quando se compara aos outros anos como em 2008 que trazia a temática: “Meio Ambiente: Manejo e Sustentabilidade dos Recursos Naturais”. Como a preocupação agora é divulgar os “milhares” de empregos que serão gerados direta e indiretamente através da Refinaria, o prêmio, mais que um incentivo à pesquisa seria um meio de fazer a divulgação deste “grande” empreendimento.


         Ainda assim, o Prêmio Fapema é uma excelente oportunidade para que os cientistas possam, mais que concorrer aos prêmios, ter a oportunidade de divulgar as suas pesquisas, de mostrar o resultado de semanas, meses, ou mesmo anos de trabalho, muitas vezes sem apoio de qualquer tipo, mas que visam atendem às necessidade da população.


         Estudantes, pesquisadores e professores de instituições de ensino e pesquisas públicas ou privadas, sediados no Estado podem realizar as suas inscrições até o dia 28 de setembro no próprio site da instituição (http://www.fapema.br/site2009/) concorrendo às seguintes categorias: Pesquisador Júnior, Jovem Cientista, Talento Maranhense, Pesquisador Sênior, Jornalista Científico, Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Humano. Os valores dos prêmios variam entre R$ 1.800,00 e R$ 5.800,00, dependendo da categoria.

* Bacharel em Comunicação pela UFMA e co-produtor do Rádio Ciência da Rádio Universidade FM

12 agosto 2009

A CENSURA ESTÁ DE VOLTA

By Emerson Marinho

Há idos 24 anos, o Brasil se livraria de um dos seus mais vexatórios momentos históricos, uma época marcada pela tirania, suspensão dos direitos estabelecidos pela carta magna, pela constituição. Tempo em que se vivia sob a égide da opressão policial e militar que prendiam e torturavam os seus opositores.
A ditadura fazia uso de uma das suas armas mais temidas e odiadas, a censura, que cerceava os meios de comunicação e a indústria cultural proibindo-os de divulgar mensagens que criticassem o poder opressor, despótico e antidemocrático do regime.
Em 1985 o país se livraria deste fantasma que durante 20 anos assombrou tantos artistas, tantos profissionais da comunicação. O presidente da época, José Sarney, seria visto como o grande guardião dos direitos sociais. Mesmo sabendo que aquele ato era somente a oficialização de algo que já era visivelmente constatado, a Ditadura já definhava e estava moribunda por vários anos.
É antagônico quando após um quarto de século depois, aquele cidadão que oficialmente assinaria o documento dando fim à censura, viria fazê-la ressurgir em plena era de democracia plena. Mas é compreensivo quando se lembra que aquele já foi chamado de jurássico por respeitável jornalista de um dos mais idôneos hebdomadários (fazendo referência aqui à fala do senador e ex-presidente cassado, Fernando Collor ao se referir ao jornal o Estado de São Paulo).
Hoje se lê na primeira página do estadão.com, uma das publicações de o Estado de São Paulo, sob seu título, a pouco nostálgica expressão, sob censura. Isto por levar ao conhecimento público as gravações que traziam a conhecimento popular, a fora como os cargos públicos são compreendidos como propriedades particulares, pessoais. A divulgação das gravações tidas como íntimas e privadas é crime, mas o uso indevido da máquina pública em benefício próprio, da má utilização dos recursos públicos oriundos dos impostos pagos, e muito bem pagos, pelos contribuintes, pelos pais e mães de família, não é considerado como delito.
A lei que hoje rege o senado é: cala-te! Se falares dos meus podres, falarei dos teus.
* Bacharel em Comunicação e Co-produtor do Rádio Ciência

05 agosto 2009

COMO ANDA A NOSSA CIÊNCIA?


* Emerson Marinho


“Pensamos que estamos em desvantagem em relação aos estudantes das demais universidades do país, mas estamos tão bem preparados quanto eles”, esta foi a conclusão a que chegou o estudante do 9º período de Ciências Sociais da UFMA, Leonardo Oliveira da Silva Coelho após ficar em terceiro lugar na premiação Sociólogos do Futuro que aconteceu no Campus da Praia Vermelha da UFRJ no final do mês de julho.
Isto nos faz refletir que temos uma considerável produção científica no Estado, tendo bastante qualidade, e com um avolumado número de cientistas tão capazes quanto os dos grandes centros. Mas por que temos tão pouca projeção?
A resposta não é tão simples, devido a quantidade de fatores envolvidos neste processo. Mas pretendo me ater a dois somente, por serem os mais visíveis: a falta de investimento e a de divulgação.
A primeira é explícita, as produções científicas são realizadas somente nos centros acadêmicos, quando muito, tendo o apoio de órgãos como o CNPq, que concedem bolsas para o desenvolvimento de pesquisas, mas ainda assim, o investimento no Estado ainda é muito pouco. Poucas também são as áreas que é visível este investimento, acontecendo muito mais na área técnica e da saúde e pouquíssimo investimento na área das humanas e sociais, por exemplo. Há de se destacar também o pouco interesse demonstrado pela grande maioria dos professores que muito pouco tem incentivado os estudantes a ingressar na área da pesquisa, limitando-se a formar técnicos.
Na área da divulgação vemos muitos poucos espaços que publicizam pesquisas científicas. Temos como exemplo o site da Fapema, que é muito mais um espaço para divulgação das pesquisas apoiadas pela instituição. A mesma instituição mantém um programa radiofônico que é veiculado na Rádio Universidade e Rádio Esperança FM de nome Inovação, homônimo da revista da fundação que segue a linha do site. Temos também o site da UFMA que vez por outra faz uso do seu espaço para divulgar as pesquisas realizadas na Academia, busca muito mais promover a instituição que fazer a divulgação propriamente dita. E por fim o Rádio Ciência, o mais antigo programa de Rádio Jornalismo do Brasil ainda em atividade. A ressalva feita a este programa, assim como aos outros meios de divulgação supracitados é que eles não discutem, e nem levam o público a discutir o assunto, se limitam a apresentar o resultado das pesquisas sem dizer de que forma elas interferem no cotidiano dos ouvintes. Mas isso é outra história e pauta para o nosso próximo texto.
* Bacharel em Comunicação Social e co-produto do programa Rádio Ciência

26 julho 2009

DISCUTINDO CIÊNCIA!


By Emerson Marinho*
A prática da divulgação científica no nosso Estado é algo, que embora não incipiente, precisa ser entendida como fundamental para a formação social, psicológica, educacional e política da nossa sociedade. É premente afirmar ainda, que a realidade apresentada no nosso Estado não é algo exclusivo nosso, ela é nacional e chego a afirmar, mundial, com algumas exceções. Exceção feita aos Estados Unidos, se não único, é um dos poucos países a perceber a divulgação científica como atividade geradora de investimentos nas pesquisas científicas, mesmo sendo uma visão mercadológica, acaba, por consequência, propiciando o bem estar social.
De volta ao nosso país, vemos no eixo Rio - São Paulo um dos mais desenvolvidos centros de produção científica, já com números expressivos na produção mundial, guardando-se as devidas proporções quando comparado com a produção americana e de países da Europa, como a Inglaterra, em que os investimentos públicos e privados são imensos.
Digo isso apenas para evidenciar a ponta do iceberg que é a problemática da discussão que envolve, não só a produção científica como a sua divulgação. Em relação a esta última, há de início a dificuldade da compreensão do que é e de como fazer a divulgação científica. Isto parte dos vários conceitos decorrentes das várias linhas de pensamentos que acreditam que esta produção deve ser entendida a partir dos seus produtores, enquanto outros, de seu conteúdo. Para melhor entender isso, cito que, os cientistas acreditam que a divulgação científica deve ser realizada por cientistas que são os produtores intelectuais das pesquisas, do outro lado os jornalistas que, por terem acesso às técnicas de produção textual para a grande massa, se colocam como os mais aptos a realizarem a divulgação científica. Pasquale e Bueno são dois teóricos que chegam a discordar em alguns pontos, mas endossam que jornalista e cientista devem trabalhar juntos.
Como se pode ver a discussão vai longe, ainda mais quando se fala da realidade maranhense, que anda aquém do que se espera. Assim, estou me propondo a colocar em pauta a prática da divulgação científica no estado fazendo uma análise do que é produzido, do que é divulgado e quais os interesses por traz dessas produções, já que são poucos os meios de comunicação que se propõe a isso.
Nos encontramos em breve.
* Bacharel em Comunicação Social pela UFMA e um dos produtores do programa Rádio Ciência.

25 julho 2009

CABEÇAS VÃO ROLAR


Seria cômica se não fosse trágica a afirmação do advogado do Presidente do Senado quando comenta as denúncias que são feitas contra o seu representado: O Crime é divulgar a conversa. Poderia sugerir a seguinte retificação ao causídico: divulgar a conversa TAMBÉM é crime.
É absurdo como, neste nosso Brasilzão de meu Deus, tudo é normal. As benesses obtidas pelos políticos em muito são tidas como procedimentos normais. A velha máxima "rouba, mas faz", se mantém viva, mais do que nunca, nos discursos proferidos pelos de menor poder aquisitivo ou, os dito, de menor afeiçoamento "intelectual".
Lula diria que "não se pode vender tudo como se fosse um crime de morte". Para o presidente, "uma coisa é matar, outra é roubar, outra é pedir emprego, outra coisa é relação de influência, outra é lobby", como se houvessem crimes menores que não precisassem de condenação. Diz ainda, “o Ministério Público deve considerar a biografia dos investigados”, como se só devessem pagar pelos seus crimes os tantos sujeitos anônimos que sofrem por não terem oportunidade, por serem pobres, negros, sem educação, mas que trabalham de segunda a sábado cumprindo uma rotina de trabalho. Além disso, fazem hora extra para complementar a renda e dar sustento, educação em busca de uma vida melhor a seus filhos.
De fato, tudo neste Brasil é normal.
Facilitação de outorga a emissora de Tv também é normal, tanto que é agradecida por um “obrigado, paizão”.
Quem acompanha de perto a batalha travada pelas nossas rádios comunitárias para conseguir outorga (licença de funcionamento) sabe que é uma luta comparada à Odisséia de Ulisses, herói da mitologia grega.
A “desventura” da Rádio Comunitária Conquista, para não citar outras, é talvez um dos casos mais emblemáticos. Na UFMA todos os professores que conhecem o seu trabalho elogiam-no considerando sua programação como sendo “verdadeiramente comunitária”. Ela já foi fechada por quatro vezes, tendo os seus equipamentos apreendidos e seus diretores indiciados como criminosos (um deles continua prestando serviço comunitário, em substituição à pena de reclusão), apenas por se propor a levar informação de qualidade, isenta à comunidade mais carente que se ressente de não acessar a boa comunicação, prática pouco procurada pelos nossos meios de comunicação.
A luta da Rádio Conquista por conseguir a tão sonhada outorga não é de hoje, já vão mais de 10 anos e a única resposta que tiveram, ano passado, foi a alegação, por parte do Ministério das Comunicações, de que o espaço, por eles requerido, já estaria sendo ocupado por uma rádio evangélica (nada contra a entidade religiosa), mas que nunca havia entrado no ar.
O mais estranho é que esta rádio está ligada a apadrinhado político (ou é de propriedade de um) e sua programação em nada atende ao que o estatuto das rádios comunitárias exige, que não haja proselitismo religioso, sendo aberta a toda comunidade, sem distinção de cor, credo, opção sexual ou política.
O certo é que baseado neste exemplo observa-se que “para o povo nada e para os políticos, ricos, poderosos, tudo”.
O que nos revolta, enquanto cidadão que acredita que ainda é possível uma mudança neste estado de desmandos que se encontra o nosso país e o nosso Estado é a apatia do povo brasileiro e principalmente o maranhense que se recolhe ao seu mundo, recluso em seus afaseres achando que os outros é que tem que resolver seus problemas. E diferente do que é proferido por muitos, não é só no voto que se pode exercer este papel cívico, ele é apenas uma arma, a outra é ir às ruas em coro e pedir que as cabeças de quem se beneficia do erário público, possam rolar.

01 julho 2009

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Perfil

Emerson Marinho é Bacharel em comunicação pela Universidade Federal do Maranhão. É co-produtor do programa Rádio Ciência da Rádio Universidade FM. Produtor e apresentador do programa Conexão Livre veiculado pela Rádio Bacanga FM.

A obrigação primeira de um comunicador (de fato e de direito) é ser ético, responsável e compromissado com o bem estar social. No Maranhão são poucos a que isso se propõe, não por desejo próprio, mas pelo vínculo dos meios de comunicação do Estado a famílias e oligarquias que impedem o pleno exercício dos bons profissionais. Espero, sem muitas pretensões, ser exceção à regra.
Sou o Lobo do Mar(anhão), pois dono ele já tem.