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31 julho 2013

A GREVE DOS MÉDICOS É UM DESRESPEITO À POPULAÇÃO

Médicos catarinenses paralisam as atividades nesta quarta-feira (31) em apoio à movimentação nacional.  (Foto: Cadu Rolim / Fotoarena/Estadão Conteúdo)

Médicos catarinenses paralisam as atividades

nesta quarta-feira (31) em apoio à movimentação 
nacional. (Foto: Cadu Rolim / Fotoarena/Estadão Conteúdo)

Após o Governo Federal anunciar o programa mais médico, começamos a ver vários profissionais da saúde se insurgir contra o programa que visa contratar profissionais estrangeiros para sanar o déficit de médicos nos hospitais públicos do nosso país (mesmo entendendo ser paliativo).
Na última semana vários profissionais em mais de 10 cidades brasileiras fizeram greves e saíram às ruas contra as decisões do governo Federal. No entanto, nos indagamos por que só hoje eles alardeiam que o grave problema da saúde não é a falta de profissionais, mas de estrutura? Por que até hoje nunca saíram às ruas ou fizeram greve para reivindicar melhores condições de trabalho? A reclamação sobre o projeto do governo de exigir que os profissionais fiquem mais dois anos atendendo no SUS antes de se formar, é por ter estendido o tempo para obter formação ou por esperar mais dois anos para abrirem os seus consultórios ou trabalhar na rede particular o que lhes garantem maior salário?

Quando os profissionais saem às ruas mostram o total desrespeito com a população e a falta de preocupação com os pacientes que tiveram as suas consultas e atendimentos suspensos, consultas essas que levam até 3 meses da marcação à consulta. Quando vemos centenas de médicos nas ruas chegamos a nos perguntar se de fato faltam profissionais na rede pública? Essa dúvida só aumenta quando assistimos a denúncia feita pelo Jornal do SBT na última terça-feira (30) de pelo menos três médicos que atendem na maternidade pública Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo, flagrados batendo o ponto e saindo do hospital 5 minutos depois. Esses profissionais são exceção ou regra? Quero crer na primeira.  Felizmente esses maus profissionais já foram suspensos e para o bem da classe espero que sejam expulsos. E que a reportagem/denúncia sirva para se abrir investigação em outros hospitais e cidades. A atitude desses médicos só justifica o que muitos alegam, que os profissionais da saúde são contra o programa do governo por temerem ter mais concorrência o que reduziria o salário e oportunidade de emprego(S) dos bens pagos.

Me preocupa quando o governo desiste de incluir os dois anos a mais na graduação médica (o que de fato achava um absurdo), por parecer se vergar à pressão dos profissionais que continuarão a pressionar o governo com greves resultando em prejuízo para a população que ficará mais tempo com as consultas suspensas.

Mesmo que a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que representa 53 sindicatos, oriente para que casos de urgência e emergência sejam atendidos, o problema causado pela greve não é amenizado, pois quem procura os médicos é porque está doente, mesmo que não seja uma situação de emergência.

EMERSON MARINHO

30 julho 2013

MARANHÃO NA “RABEIRA” DO BRASIL

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o PNUD (Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento no Brasil) divulgaram nesta segunda-feira (29) o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, como não é surpresa o Maranhão ficou em penúltimo lugar na avaliação geral, superando apenas o estado de Alagoas, obtendo nota 0,639 numa escala que vai até 1.
Se se levar em consideração somente a renda, o Maranhão fica em último lugar, o que é inaceitável considerando-se que o nosso Estado se localiza na Zona de transição entre o Norte e o Nordeste o que permite termos um solo riquíssimo, com recursos naturais incalculáveis o que desperta o interesse de multinacionais. O clima e o solo são propícios para diversas culturas agrícolas, como também favorece a pecuária, muito difundida na região sul do estado. Como então o Maranhão pode ficar atrás de estados como o Piauí, e o Ceará, aonde tem geograficamente solo infértil por falta d’água o que torna a agricultura e pecuária praticamente impraticáveis.
É hora de mais uma vez sairmos em passeatas pelas ruas de nossas cidades pedindo por mais justiça social, que as riquezas obtidas a partir da exploração de nossos recursos naturais sejam repatriados e sejam repartidas entre todos e não apenas entre alguns poucos. Temos a consciência de que o Maranhão é um país rico, Pero Vaz de Caminha conhecendo o nosso estado diria que aqui “em se plantando, tudo dá”.

EMERSON MARINHO

20 julho 2013

MAIS UM SUPOSTO ERRO MÉDICO MOSTRA A INCAPACIDADE DE NOSSOS MÉDICOS

Inicialmente quero explicar o porquê da expressão “suposto erro médico”, simplesmente, por não ter provas cabais do erro que infelizmente ceifou a vida de mais uma inocente de apenas 3 anos de idade.

Na manhã da terça-feira (09) da semana passada, a vó da menina Giovanna resolve levar a criança ao hospital, mais precisamente ao Hospital da Criança localizado no bairro da Alemanha, o motivo seria uma febre intermitente que poderia ser causada por uma inflamação na garganta. Ao sair de casa a pequena Giovanna, consciente e andando com os próprios pés, dá até logo, sem saber que jamais voltaria a ver os pais; a irmã mais velha, de 5 anos de idade e um garotinho de apenas 1 ano; além dos amigos que conquistou, principalmente na igreja que desde cedo frequentava.

No hospital dezenas de crianças lotavam os leitos e dependências sofrendo com sintomas semelhantes. Os riscos de se contrair uma infecção hospitalar é grande, principalmente pela falta de limpeza do local, o banheiro, principalmente, parece mais um banheiro público de adultos que um banheiro para crianças, a fedentina exala e a falta de limpeza causa aversão às próprias crianças.

Apesar da febre, a pequena Giovanna não parece sofrer de nada mais grave, até que a aplicação de um medicamento, Plasil, faz a frequência cardíaca da menina aumentar, e mesmo depois do atendimento da médica, a garotinha não resiste e parte deste mundo.
No dia seguinte o laudo médico indica, além de parada Cardiorrespiratória (evidente), vermes, o que a meu ver não levaria a menina a óbito instantaneamente.

Além da dor da família de perder uma garota de futuro promissor, fica a incerteza do que de fato aconteceu com ela. Fico intrigado, pois já perdi uma afilhada de poucos meses de vida após tomar o mesmo medicamento e mais duas irmãs dela, que também tinham poucos meses de vida. Acredito, por conta disso, que não seja só coincidência.

Uma certeza eu tenho, jamais deixarei qualquer uma das minhas sobrinhas ou filhas (quando tiver) tomar tal medicamento, porquanto por obra do destino, ou por erro médico, tem levado as nossas crianças com tanta vida a ser vivida.

EMERSON MARINHO


15 julho 2013

A GLOBO SE RENDE ÀS CRÍTICAS DECLARADAS CONTRA O PT

Não é segredo, ou mesmo novidade que a maior e mais poderosa Tv da América Latina apoia a Direita. Isso é explicável, pois ela nasceu na época da Ditadura, “financiada” pelos Militares e durante todo esse tempo, até quando a Direita esteve no poder, viveu às custas, quase que exclusivamente, de recursos oriundos dos cofres públicos por meio dos anúncios publicitários.
No entanto, sempre tentou mostrar-se, em nome do bom jornalismo, imparcial, mesmo não conseguindo, para boa parte dos telespectadores.

Entretanto, nesta semana, depois de alguns anos sem acompanhar o jornalismo viciado da Toda Poderosa, gastei meu tempo assistindo o Programa do Jô, uma cópia escrachada dos programas norte-americanos, que lá faz muito sucesso. O apresentador chama 5 jornalistas (mulheres) para falar sobre a situação política do país (lê-se, a crise do PT, como colocado). Uma das jornalistas era a Liliam Vitifibe, por quem durante algum tempo mantive grande respeito e admiração. Em meio às perguntas dirigidas que insinuavam que o PT estava em crise e, nas entrelinhas, que o governo do PSDB deixou saudades, se viu como o apresentador estava voltado a passar para o público que o Partido dos Trabalhadores, e a Presidente Dilma Rousseff é a grande responsável pela crise na saúde, segurança, educação, etc. que impera no país. Se fizermos um exercício mental da história do nosso país, vamos lembrar: a crise é crônica e já existe desde que o Brasil é Brasil.

Um dos momentos que mais me chamou a atenção, foi quando Jô Soares pede para as jornalistas se calarem, pois estavam em uma pequena discussão provocando uma pequena balbúrdia, dizendo: Vamos parar com essa bagunça aqui. Vou passar a palavra para a Liliam. Isso porque ela é a que se mostrava mais crítica ao PT ao lado do apresentador. As outras jornalistas se mostravam mais imparciais e faziam suas críticas mais sensatas afirmando que não era bem como eles estavam afirmando.

Lembremos que foi a Rede Globo a grande responsável pela eleição do ex-presidente, Fernando Collor de Melo, trabalhando a imagem dele como um cidadão jovem e capaz de mudar a História da nossa política, e foi essa mesma emissora a responsável pelo impeachment do ex-presidente, quando incentivou os caras pintadas a ir às ruas e pedir a saída do presidente. Hoje, após 10 de esquerda no poder, e o fim dos privilégios da emissora, viram uma oportunidade de manipular a massa que hoje vai às ruas, para pedir a saída da presidente (mesmo isso ficando nas entrelinhas).

Não estou a defender o PT, pois não sou filiado a qualquer partido político e faço várias críticas ao partido principalmente depois do Mensalão, mas não é justo demonizar pessoas por uma crise, que infelizmente chega com força em nosso país, quando no governo Lula parecia, a este na época, que chegaria ao nosso país apenas como uma “marolinha”.


EMERSON MARINHO

06 julho 2013

O GIGANTE ACORDOU. E AGORA?

Há algumas semanas, os meios de comunicação além de sites, blogs e ferramentas sociais, estampavam em suas páginas, notícias das manifestações populares que se espalharam por todo o território nacional. Uma das frases mais repetidas em cartazes e mesmo nos gritos de ordem era: O Gigante Acordou, uma referência aos versos do Hino Nacional Brasileiro: “Gigante pela própria natureza” e “Deitado eternamente em berço esplendido”.

O brado, ouvido nas ruas de São Paulo, foi um “grito de basta” de quem não aguentava mais tamanha afronta e falta de respeito ao cidadão. Acreditava-se ser mais um dentre tantos outros que passam quase despercebidos nos telejornais. A poderosa Rede Globo por meio do seu comentarista, Arnaldo Jabor, apressou-se em afirmar que o ato era promovido por playboyzinhos irresponsáveis da classe média, com o simples intuito de promover baderna. Dois dias depois foi obrigado a se retratar admitindo que o movimento era uma “inquietação tardia” comparando-o com o dos Caras Pintadas.

Após várias semanas de movimento e das cenas de quebra-quebra que a grande mídia fez questão de acentuar (mesmo ressalvando que era apenas uma pequena parcela dos manifestantes, os “baderneiros”) muitos veem o movimento com desconfiança. Acéfala e desorganizada, as passeatas se espalham pelo Brasil, como um tsunami, entretanto, se perde em meio a tantas reivindicações, a mobilizações sem pauta definida e sem saber qual o poder que o povo realmente tem.

O Movimento do Passe Livre ao declarar o fim das mobilizações, após o governo abaixar o preço da tarifa, talvez com a intenção de sair com o nome da instituição fortalecido, joga um balde de água fria no fogo “figurado” das manifestações. Se a intenção era arrefecer o vigor da massa, o objetivo não obtém logro, não desmobiliza o povo, que ainda sai às ruas para reivindicar melhorias nos serviços públicos.

O Gigante acordou, mas acordou atordoado, analfabeto por falta de professores qualificados e bem remunerados; por escolas sucateadas, sem carteiras, material didático e estrutura física precária. O Gigante hoje é “apolitizado” se intitula apartidário, e contra as bandeiras de quem há muito tempo discute as necessidades dos brasileiros e sabe o que é possível fazer e a quem cobrar para ver as suas reivindicações atendidas. O temor não é aos politizados, é aos políticos corruptos que amedrontados com o clamor das ruas, busca aprovar leis dormentes nas gavetas do congresso nacional e do senado por vários anos, com o simples intuito de fazer média com os eleitores.

O Gigante acordou, mas parece anêmico pela falta de saúde pública de qualidade, que sofre pelo atendimento precário em nossos hospitais sem a mínima estrutura e com grande parte dos profissionais da saúde descomprometidos com o juramento feito por ocasião da formatura, de usar seu “poder e entendimento” para o “bem do doente” e “nunca para causar dano ou mal a alguém”.

O Gigante acordou acanhado, receoso, por falta de segurança pública. Sem a mínima noção de seu poder, foi agredido pela força militar, intransigente e obediente ao poder público que acredita que tudo pode. O sangue que jorra do corpo do colosso é fruto da injustiça sofrida por aqueles que sofrem e por aqueles buscam um futuro melhor para todo o povo brasileiro.

O Gigante, que agora acordou, é formado em sua maioria por fantoches, massa de manobra que saem às ruas para fazer número sem saber o que reivindicam, e que por trás dessas manifestações tem interesses laudáveis, mas outros escusos.

Se de um lado, o Gigante parece desorientado sem saber o que de fato quer e precisa, do outro lado os políticos parecem atônitos ao ver o povo nas ruas, temendo ver este desperto, inquieto e organizado, destituindo-os da mamata dos cargos públicos eletivos.

Apesar das conquistas alcançadas (a redução dos R$0,20 centavos na tarifa dos transportes públicos, da derrubada da PEC 37, da definição de que os royalties do petróleo serão destinados em sua totalidade para a educação e saúde, 75% e 25% respectivamente), infelizmente, o futuro do nosso Gigante é voltar a “dormir em berço esplendido”, acomodado com os desmandos dos nossos parlamentares, com a falta se segurança, de educação, de saúde, aguardando que até outro aumento de passagem seja a força motriz para despertar mais uma vez o gigante adormecido.

Espero sinceramente, que daqui a alguns meses eu possa agir como o Arnaldo Jabor (não por má fé) e venha publicamente me retratar por conta do meu ceticismo com o futuro deste movimento. No fundo espero ver que o “brado retumbante” deste “povo heroico” faça voltar a brilhar “o sol da liberdade” desta nossa “Pátria amada Brasil”.

Emerson Marinho