O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio à escalada de violência entre Israel e Palestina, que já deixou mais de 300 mortos desde o último sábado (7). Em um evento em Belo Horizonte, Bolsonaro leu uma nota oficial de repúdio aos ataques do grupo insurgente Hamas contra Israel e destacou que o grupo terrorista parabenizou Lula pela vitória eleitoral em 2022.
O ex-presidente ignorou, porém, que Lula também foi
parabenizado por mais de uma centena de líderes mundiais, incluindo o
presidente de Israel, Isaac Herzog. Além disso, Bolsonaro omitiu que Lula
condenou os ataques do Hamas como "atentados terroristas" e defendeu
a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino.
Lula tem uma posição histórica de apoio à criação de um
Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel
dentro de fronteiras seguras para ambos os lados. Essa posição é compartilhada
pela maioria dos países membros da ONU e pela própria Autoridade Palestina, que
não reconhece o Hamas como seu representante legítimo.
A crítica de Bolsonaro a Lula tenta confundir o apoio ao
Estado Palestino com o apoio ao terrorismo, ignorando as diferenças entre os
grupos palestinos e as violações cometidas por Israel contra os direitos
humanos dos palestinos. Nos últimos meses, Israel invadiu mais de 15 cidades
palestinas na Cisjordânia, matou cerca de 10 mil palestinos e demoliu mais de
500 casas e edifícios. No sábado, Israel bombardeou e destruiu um prédio na
Faixa de Gaza que abrigava escritórios de veículos de comunicação internacionais,
como a Al Jazeera e a Associated Press.
Lula é a favor do Estado Palestino porque acredita que essa
é a única forma de garantir a paz e a justiça na região, respeitando o direito
à autodeterminação dos povos. Lula também reconhece o direito de Israel à
existência e à segurança, mas não aceita que isso seja usado como pretexto para
a opressão e a ocupação dos territórios palestinos. O presidente petista defende
o diálogo e a negociação como os únicos caminhos para a solução do conflito.
Infelizmente, com este ataque, hoje os terroristas
neonazistas de Israel têm o pretexto perfeito para continuar o genocídio com
amplo apoio internacional. A comunidade internacional deve agir urgentemente
para deter a agressão israelense e proteger os civis palestinos. O Brasil deve usar
sua influência diplomática para contribuir para esse esforço, retomando sua
tradição de defesa dos princípios da paz, do direito internacional e dos
direitos humanos.