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26 maio 2012

XUXA: UMA TENTATIVA DE APAGAR O PASSADO?

Uma análise do texto da Cristiane Segatto: Xuxa e a doença do coração de pedra. Postado aqui.

O texto da Cristiane traz lampejos de lucidez e muitas vezes cai em profunda escuridão de conhecimento e preconceito. Dizer que a Tv está mais pudica é de uma inocência que beira ao absurdo. Se antes a nudez na tv era mais evidente, hoje a sexualidade é exacerbada. As nossas crianças estão cada dia mais prematuras, vejo que pelas histórias e cenas de sexo, quase explicito, que são veiculadas a qualquer hora do dia nas telenovelas fazendo com que milhares de crianças tenham suas primeiras experiências sexuais antes dos 10 anos de idade (experiências consentidas, sem justificar os casos de pedofilia e abusos sexuais que são crimes, abusos de incapaz). Não podemos esquecer dos programas em canal aberto que exploram a nudez (Pânico, Legendários, etc.) e que estão “livres” para todas as idades, repetindo as práticas recorrentes dos programas dos anos 80.
A censura que os meios de comunicação colocam na sua programação não passa de piada de mau gosto. Qual é o pai, ou mãe que proíbe os filhos de assistir tal programa por ter uma classificação para menores? Qual é a forma de controle, de orientação ou punição para os pais que desobedecem a essas regras? Não que eu seja a favor de qualquer tipo de retaliação ou controle aos pais, mas é para tomarmos ciência de vivemos num país de demagogias. Demagogias aonde o governo finge preocupação com o povo e do outro lado o povo que finge que o governo se preocupa com ele.
Quando ela critica os instruídos (acredito que a alguns) não os vejo como preconceituosos, mas como lúcidos a uma triste realidade, a uma realidade distorcida pelo sistema capitalista, muitas vezes pela própria mídia (ou os media), que fazem a grande massa almejar por uma realidade próspera, semelhante às das personagens das nossas telenovelas, que se inspiram, que buscam se reconhecer na trama a parecer com os personagens mais populares (digo, ricos e famosos). Não é insensibilidade o que se lê nas redes sociais (“verdades” ditas pelos mais “instruídos”), mas uma constatação de que ela representou, no passado, o símbolo do emburrecimento das nossas crianças e adolescentes e hoje busca mudar essa imagem negativa que perdura e vai perdurar na mente dos mais velhos por muitos e muitos anos.
A repercussão dada à entrevista da Xuxa é mais um exemplo da tentativa de apropriação da massa à vida dos ricos e famosos. Esquecemos das milhares de crianças que são abusadas todos os dias, que passaram por violências infinitamente maiores que as dela; que chegaram a engravidar sendo obrigadas a criar o filho por serem proibidas pela igreja a praticar aborto alegando que são a favor da vida (e quem é a favor da vida dessas crianças que tiveram a sua infância interrompida e tem que passar a cuidar de outra criança ainda sendo crianças?); que tiveram os seus sonhos ceifados e o seu futuro renegado a uma vida de limitações; ou que são obrigadas pelos pais a se prostituírem desde muito cedo em troca de alguns trocados; ou que se vendem por algumas pedras de crack; ou dos traumas psicológicos que irão perdurar para a vida inteira dessas crianças e que irão interferir nas escolhas desses cidadãos brasileiros.
Não sou insensível ao sofrimento da Xuxa, é muito triste o que aconteceu com ela, só coloco na balança o tamanho do sofrimento de lado a lado, e como se deu repercussão a um e a outro já parece banal. Os questionamentos que ora faço, não tem nada a ver com o lado pessoal da apresentadora, mas ao que ela representou profissionalmente de negativo para a nossa sociedade e as nossas crianças.

14 maio 2012

O ENDEUSAMENTO DA IMPRENSA PELA IMPRENSA

Não é de hoje que muitos teóricos qualificam a imprensa de 4º Poder, outros lhe dão o título de 1º Poder e são várias as justificativas que não cabe aqui enumerá-las. Mas se justifica afirmar que muito se dá pelo poder que tem a mídia de, muito além de informar, manipular a opinião a ponto de ditar regras de comportamento e influenciar as escolhas da sociedade. Quem não lembra da eleição do ex-presidente Collor e do posterior processo de impugnação de mandato, Impeachment, que culminou com a renúncia do mesmo? Muitos comentaristas argumentam que a Globo foi determinante para a vitória do candidato, principalmente por conta da edição do último debate entre Collor e Lula que foi veiculado no Jornal Nacional que teria beneficiado o primeiro. Quanto ao impeachment, a própria sociedade é consciente para afirmar que a Globo foi determinante para o processo de impedimento e que os alardeados “caras-pintadas”, tidos como heróis nacionais, não passaram de massa de manobra daquela, que na época, era a principal emissora do país. 

Faço esse prólogo para entrar no assunto que hoje é pauta nos principais meios de comunicação oficial e nas mídias sociais, o caso da ligação entre um dos diretores da revista Veja e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Não vou entrar no mérito da questão se a revista tem credibilidade ou não, mesmo porque isso seria um dissenso da minha parte, falaria baseado no que ouço falarem, pois não sou leitor, assíduo, da revista e não teria autoridade para questionar o seu conteúdo. Nem tampouco iria nivelar por baixo todos os profissionais daquela instituição, jogando-os na mesma sarjeta profissionais sérios e sujeitos inescrupulosos. 

De início evoco a afirmação do deputado Federal, Fernando Ferro (PT-PE) dada à equipe de reportagem do Domingo Espetacular da Tv Record (Assista ao vídeo) que foi ao ar neste domingo (13/05): “Aqui no Brasil de repente se parece como se fosse coisa de outro mundo, um diretor de uma revista, ou o dono de um conglomerado desse ser chamado. Essa elite que fica numa blindagem, que não pode ser... O que que é isso? A democracia e a lei tem que valer pra todos”. 


Vou tomar apenas o início da “admiração” atribuída por ele à população brasileira, mas vou desvirtuar e levá-la para a própria imprensa, que parece estar surpresa com os casos de falta de ética de (alguns) profissionais da própria imprensa. Contrário à repercussão dada neste momento ao comportamento imoral do diretor da Veja, temos que ter a consciência de que há maus profissionais em todas as esferas e que na imprensa, não é diferente, está muito longe de termos só santos, e muito longe mesmo. 

Volto ao título deste post, o endeusamento da imprensa pela própria imprensa. 

As nossas editorias de jornais (televisivos, de jornais impressos, rádios, blogs, etc) são formadas por seres humanos que vivem num país com visão extremamente capitalista que prega a aquisição de bens e riquezas a qualquer custo, terreno fértil para a corrupção. O esquema que envolve o diretor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e o Carlinhos Cachoeira é apenas mais um exemplo de manipulação de informação por parte das mídias, e não falo apenas das oficiais, as mídias sociais também fazem uso deste recurso, podendo não ser objetivando recursos financeiros, mas benefícios ideológicos. Mas a questão posta em voga é estritamente a (falta de) ética no jornalismo. Assunto hoje tão discutido nos meios acadêmicos. 

Quem não conhece um jornalista que exerce sua função em rádio, revista, tv, site ou blog e é assessor de um político? Isso é ético? Como pode ser imparcial se ao mesmo tempo em que trabalha a imagem desse cidadão tem a obrigação de fiscalizar (como jornalista) a conduta desse mesmo sujeito? Além disso, essa prática é proibida pelo Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros que proíbe que, como repórter contratado de algum jornal, o jornalista escreva sobre o órgão em que também seja contratado como assessor (artigo 7.º, inciso VI), o que na prática não funciona. Quem não sabe que quase 100% dos meios de comunicação (oficial) são de propriedade de políticos ou de pessoas ligadas a eles, e que a editoria dessas mídias passam pela aprovação (ou desaprovação) dos seus proprietários? E que até mesmo as rádios, ditas comunitárias, estão a serviço de políticos? Quem trabalha em um meio de comunicação sabe que aquela famigerada pratica chamada censura ainda hoje existe um pouco mais floreada com o título de autocensura, mesmo para aqueles profissionais que se dizem sério e que buscam a todo custo ser éticos. 

O que reina na imprensa, infelizmente, é a hipocrisia; é um faz de conta; é a própria “Demagogia da Imprensa” que a prega como a injustiçada quando atacada, mas que se utiliza de seu poder e influencia para atacar quem não “reza na sua cartilha”, acusando, intimidando, ou chantageando, mesmo que de forma velada, mascarada. 

O corporativismo impede com que se crie um Conselho de Jornalismo, ou melhor, um Conselho de Imprensa que julgue os atos reprováveis e vergonhosos desses profissionais e os puna exemplarmente, da mesma forma que ocorre com outros Conselhos, como o de Medicina. Pois teme que seja cerceado o seu direito de falar o que quer que seja, quando quiser, a hora que quer, e de quem quer que seja. 

A imprensa cria, para a população e para si, a falsa ilusão de que os jornalistas não mentem, que são imparciais, que tem total preocupação com o interesse público, que são incorruptíveis, que obedecem as leis cegamente, mesmo quando essas leis são criadas para uma auto regulamentação, se colocam na condição de semideuses. Na verdade há muitos profissionais sérios, acredito que a grande maioria, que tenta fazer o seu trabalho isento cumprindo a função social de fiscalizar os poderes instituídos e a própria sociedade como um todo. Jornalistas que trabalham para responder as perguntas que todo cidadão tem o direito de fazer. Mas há uma parcela que funciona como uma maça podre que apodrece todas as outras, ou que denigrem ou maculam a imagem de toda uma classe. 

Assim, como disse o deputado Fernando Ferro, “a democracia e a lei tem que valer pra todos”, dos donos dos grandes conglomerados, como a todos os profissionais de comunicação, independente do tamanho da empresa que trabalhem. Se há que tirar a blindagem e tratar a todos como iguais, susceptíveis a erros, e que no caso da transgressão das leis ser julgado como a lei exige e punido como a justiça determinar.

10 maio 2012

PARLAMENTARES QUASE SAEM NO TAPA DENTRO DA CPMI DO CACHOEIRA

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Humberto Costa (PT-PE) quase sairam no tapa durante depoimento do delegado Matheus Rodrigues na CPMI do Cachoeira.Lorenzoni criticava a decisão do presidente da Comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB), de permitir a presença dos advogados dos acusados sem dar ciência aos demais integrantes da comissão.

O deputado disse que a reunião já estava virando um circo, quando foi interrompido por Costa.
Os dois começaram a bater boca e quase brigaram, fato que só não ocorreu porque foram contidos por colegas.
Segundo Lorenzoni, a confusão começou com a interrupção de Costa, ao dizer que a reunião já tinha virado um circo, porque o deputado era um “palhaço”.
Lorenzoni respondeu que o senador era um sanguessuga.
Humberto Costa negou que tenha chamado o deputado de palhaço.


POST DE TALES FARIAS COLUNISTA DO PODER ONLINE DO IG 


"Já começaram as manobras". Assim posso definir a tônica do que será essa CPMI do Cachoeira. Será muito bate boca, muitas acusações e indefinições. E isso tem uma explicação clara e razoável, há ainda muita gente para ser levada por essa "cachoeira" de corrupção, de desvios de verbas, etc, etc, etc. 
E mais, tem muito peixe grande que está tentando se salvar, como fazem algumas espécies de peixe na época da piracema, e orientam os seus apadrinhados políticos a tumultuar as reuniões para que não haja mais investigação, ou fazer com que a própria CPMI entre em descrédito para a população, justificando ser encerrada.

Palhaço
De fato o senador Humberto Costa não chamou o deputado Onyx Lorenzoni de palhaço, porque palhaços somos nós que assistimos de "camarote" os recursos destinados a atender as necessidades básicas da população escorrendo pelo ralo, indo desaguar no bolso de parlamentares e políticos que se dizem preocupados com os menos favorecidos economicamente, em forma de cachoeira (desculpem o trocadilho infeliz) e ainda sorrimos disso tudo, quase um exemplo de "sadomasoquismo", sofremos, mas aceitamos tal sofrimento, como se fosse natural.

Não se assustem se o destino do Cachoeira for o mesmo do jornalista e blogueiro, Décio Sá; do prefeito de Santo André, Celso Daniel, para não citar tantos outros que tiveram as suas vidas abreviadas e interrompidas por saberem demais, o clássico: queima de arquivo.

Deus queira que não, que eu esteja enganado, mas já sinto ao longe um cheiro de pizza, e das gigantes.

Emerson Marinho

05 maio 2012

ASSALTANTES ROUBAM CELULAR E SÃO ESPANCADOS POR MORADORES DO CENTRO

Assim que roubaram o telefone celular da estudante Teresa Cristina Pereira, na Rua dos Afogados, no Centro, os assaltantes Herbeth Gomes da Silva, "Beiço", e Maxwell Rocha da Costa, tentaram fugir em uma bicicleta. 

No entanto eles passaram a ser perseguidos por dezenas de pessoas que armadas com pedaços de paus e pedras. Os dois foram alcançados já nas proximidades da Quinta do Machado. Eles foram derrubados da bicicleta.

Neste momento começaram a ser espancados por várias pessoas. Durante a agressão, uma pessoa ligou para o Ciops e informou o que estava acontecendo. Minutos depois uma viatura da Policia Militar chegou ao local e encontrou Herbeth e Maxwell desacordados e bastante feridos em cima de uma calçada. 

Os dois foram socorridos e encaminhados para o Hospital Djalma Marques, o Socorrão I, onde receberam atendimento medico. Ainda no hospital, os policiais descobriram que Herbeth é fugitivo da Penitenciária de Pedrinhas, de onde havia sido na temporária da Semana Santa e não retornou ao presídio, conforme determina a lei. 

Pelas informações prestadas por moradores da área onde ocorreu o fato, é muito comum os assaltos praticados por homens em bicicletas. Em função dos ferimentos, os dois ficaram internados no Socorrão I.


Concordo com muito do que foi dito aqui (nos comentários do post). Com a Cláudia que diz que as dificuldades enfrentadas por falta de apoio do governo não justifica sair pelas ruas cometendo crime e com a Tol Gal, "a polícia sempre chega na hora errada"
Hoje é muito fácil passar a responsabilidade para outro. Discursos como: o governo não dá educação justa, o governo tem que pagar melhor os policiais, etc., etc., etc., faz-nos crer q é aceitável um menor sair roubando quem quer que seja, ou policiais cometendo crimes, pois o governo não deu oportunidade de emprego, ou paga mal os nossos militares. O governo tem a obrigação de vestir os nossos jovens com roupas e calçados de marca? De dá a eles objetos tecnológicos dos mais modernos? Pois quem já foi roubado sabe que eles preferem os mais caros e "maneiros", pois querem ostentar poder diante dos amigos. E se engana quem pensa que roubam para comprar comida, ou ajudar com as necessidades domésticas. Muitos roubam para sustentar o vício do álcool ou das drogas. Se engana também quem acha que os policiais "roubam" para dar melhores condições de ensino para seus filhos. 
O que justifica um policial cometer crimes? Por receber um salário insuficiente para suas necessidades? Não, e não mesmo. É a própria índole má, pois se fosse assim, a cerca de 90% da população brasileira seria justificável que cometesse crime, e viveríamos uma barbárie, em um completo caos. Além disso, quando entraram para a corporação já sabiam que iam sobreviver com baixo salário e com uma profissão de alta periculosidade, lutando, muitas vezes, com bandidos muito mais armados que eles. Se não estão satisfeitos, PEDE PRA SAIR, como ordenava o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite, mas não cometa crimes e tente justificar passando a responsabilidade pelos atos reprováveis a outros. 
Não quero e nem posso eximir o governo da culpa, sei que ele tem uma responsabilidade enorme, antes de tudo, não para coibir de forma ostensiva, para evitar com que cheguemos a níveis de violência como o que vivemos hoje.
Como cidadão brasileiro, como cidadão que todos os dias vê os seus direitos violados, sinto-me na obrigação de externar também a minha indignação e concordar, em parte, com a Tol Gal, "a polícia sempre chega na hora errada", mas não no sentido empregado por ela, mas sim, no sentido de que sempre chegam depois que o crime aconteceu, falo dos casos em que há um princípio de tumulto e percebendo-se que poderá acontecer um caso mais grave chamasse a polícia, que só aparece duas horas depois. E não justifica a assertiva de que falta carro ou maior contingente, pois quando ocorre casos como o do espancamento dos jovens, a polícia aparece imediatamente. Até parece que a polícia serve a quem comete crimes e não a cidadão que pagam os seus impostos (muito caros, por sinal!) e cumprem com as suas obrigações.
Emerson Marinho (em resposta à reportagem: Assaltantes roubam celular e são espancados por moradores do Centro - do jornal O Imparcial.)