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05 julho 2023

LULA JÁ GASTOU MAIS EM VIAGENS INTERNACIONAIS DO QUE TODO O GOVERNO BOLSONARO

Análise das Viagens Internacionais de Lula e Bolsonaro: Investimentos, Riscos e Prioridades Políticas

Emerson Marinho*

Imagem gerada com auxílio de IA.
Nos últimos dias, as despesas com viagens internacionais do presidente Lula têm sido objeto de debates acalorados. Recentemente, surgiu uma comparação interessante: Lula gastou mais com viagens em seus primeiros seis meses de governo do que Bolsonaro durante seus quatro anos de mandato. No entanto, é fundamental avaliar além dos gastos, o retorno dessas viagens em termos de investimentos para o Brasil. Além disso, é importante considerar as estratégias adotadas por cada presidente e as implicações políticas e econômicas dessas escolhas.

De acordo com dados oficiais obtidos pela Lei de Acesso à Informação, as despesas com diárias e passagens nas viagens de Lula em 2023 totalizaram R$ 5 milhões, enquanto Bolsonaro gastou R$ 4,8 milhões entre 2019 e 2022. Lula fez seis viagens ao exterior nos primeiros seis meses de governo, com destaque para sua visita à China e Emirados Árabes Unidos, que custou R$ 1,2 milhão. Por outro lado, Bolsonaro realizou 18 viagens internacionais ao longo de seu mandato, sendo a mais cara para a China, com um custo de R$ 1 milhão.

Ao analisarmos os investimentos gerados por essas viagens, observamos que Bolsonaro buscou estreitar as relações comerciais com os Estados Unidos, Israel e Chile, além de assinar acordos de cooperação em diversas áreas. No entanto, suas políticas geraram críticas por se alinhar excessivamente aos interesses desses países, sem contrapartidas claras. Além disso, os atritos com a Argentina, principal parceiro do Brasil no Mercosul, foram um ponto de preocupação. Segundo dados do Ministério da Economia, as viagens internacionais de Bolsonaro resultaram em R$ 65,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no Brasil entre 2019 e 2022.

Por sua vez, Lula buscou retomar o protagonismo do Brasil na América Latina e no mundo, fortalecendo os laços com antigos aliados, como Argentina, Cuba e Venezuela, além de buscar uma aproximação com os Estados Unidos. Defendendo a integração regional, a cooperação econômica e o multilateralismo, Lula prometeu utilizar o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras na América do Sul. Os resultados foram expressivos: as viagens internacionais de Lula renderam R$ 111,5 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no Brasil nos primeiros seis meses de governo, segundo dados do Ministério da Economia.

As viagens internacionais de Lula e Bolsonaro apresentaram custos significativos para os cofres públicos, mas geraram benefícios diversos para o país. Lula atraiu mais investimentos estrangeiros em apenas seis meses. Bolsonaro buscou diversificar as parcerias comerciais do Brasil, mas também enfrentou críticas por suas alianças. Ambos os presidentes seguiram suas orientações ideológicas e priorizaram seus aliados políticos. No entanto, é crucial que uma política externa eficaz leve em consideração os interesses nacionais e a diversificação das parcerias.

O Brasil precisa adotar uma postura de diálogo com todos os países e blocos regionais, sem se fechar em uma visão unilateral. Somente dessa forma o país poderá aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios do cenário global. As viagens presidenciais são instrumentos valiosos para o estabelecimento de relações internacionais, mas é fundamental que os benefícios econômicos e políticos sejam avaliados cuidadosamente, sempre considerando o melhor interesse da nação.

* Bacharel em Comunicação Social