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02 agosto 2013

APÓS URUGUAI, O BRASIL SERÁ O PRÓXIMO A LIBERAR A MACONHA?

O Brasil se deparou essa semana com a notícia que o nosso vizinho Uruguai aprovou uma medida que libera a venda de maconha no país. Para virar lei, o texto deverá ser apreciado pelo Senado. Mas o que essa notícia tem a ver com o Brasil?
Não é de hoje que centenas de ativistas fazem mobilizações pelo país em favor da liberação da maconha no Brasil, alguns são figuras ilustres como o ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. A aprovação da livre comercialização, cultivo e consumo (com certas restrições) no Uruguai, abre certo precedente para que outros países do bloco sigam no mesmo rumo. Em poucos dias veremos diversas passeatas a se multiplicarem no país a favor da liberação da maconha, da mesma forma que nos acostumamos a ver, nas últimas semanas, grandes aglomerados humanos, com a principal diferença que essas terão um objetivo bem definido e argumentos embasados.
De pronto surge uma nova indagação: quais as implicações advindas da liberação da droga no país?
O principal argumento, de quem é a favor, é ser um golpe enorme contra os traficantes que não terão mais concorrentes e quebraria o negócio, reduzindo assim a criminalidade.
No entanto, não vejo bem por aí. Os traficantes teriam legitimidade para continuar traficando enquanto iriam imprimir algum tipo de punição a quem lhes fizesse frente, como é feito atualmente com as quadrilhas rivais, isso iria contra o argumento de redução da criminalidade.
Dizer que as pessoas iriam plantar a sua própria maconha para consumo, vejo como nova falácia, é muito menos trabalhoso comprar o produto pronto. Senão,  começaríamos a plantar e produzir boa parte do que compramos e consumimos, isso vai de alimento a vestuário, para não me alongar com descrições.
A liberação do uso da maconha reduziria o prazer oculto pelo uso da droga, “o que é proibido é mais gostoso”. No entanto essa assertiva, apesar de verdadeira, agrava outro problema: se essa droga passa a ser lícita, os jovens, principalmente, vão procurar outras mais excitantes (proibidas) e por extensão com um poder de vício e destruição muito maior, o problema só se agravaria. A maconha, que é relaxante passaria a ser substituída por outras excitantes como o caso da cocaína, a heroína, o crack e o Óxi derivado da pasta base da cocaína, muito mais barata, viciante e com alto poder destrutivo.
Outro argumento utilizado por quem é a favor da liberação da maconha é que “com campanhas de conscientização e esclarecimento as pessoas teriam poder de optar se iriam querer usar drogas ou não”. Pergunto: isso deu certo com as propagandas contra o uso do cigarro? As advertências nos rótulos dos maços, as fotos chocantes com a intenção de diminuir o consumo não surtiu efeito algum, pelo contrário, o consumo cresceu, principalmente entre os jovens.
Além de todas as preocupações já descritas, meu temor com a liberação da maconha no Uruguai, é a facilitação da produção da maconha naquele país e o escoamento do produto para o nosso, que já acontece com tanta facilidade.
Pergunto ainda se os argumentos utilizados para a liberação da maconha não seriam os mesmos, ou no mínimo próximos, utilizados para a liberação de outras drogas? Em breve veríamos passeatas a favor da liberação da cocaína, do crack do óxi, afinal deve-se dar direito de livre escolha.
Qual seria a solução, então? Sinceramente não sei. Este é o desafio. Mas acredito que a liberação não é mesmo. Ainda que seja a opinião de um leigo que nunca deu um “tapinha no bagulho” ou mesmo tenha se aventurado a fumar um cigarro.

EMERSON MARINHO