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12 agosto 2009

A CENSURA ESTÁ DE VOLTA

By Emerson Marinho

Há idos 24 anos, o Brasil se livraria de um dos seus mais vexatórios momentos históricos, uma época marcada pela tirania, suspensão dos direitos estabelecidos pela carta magna, pela constituição. Tempo em que se vivia sob a égide da opressão policial e militar que prendiam e torturavam os seus opositores.
A ditadura fazia uso de uma das suas armas mais temidas e odiadas, a censura, que cerceava os meios de comunicação e a indústria cultural proibindo-os de divulgar mensagens que criticassem o poder opressor, despótico e antidemocrático do regime.
Em 1985 o país se livraria deste fantasma que durante 20 anos assombrou tantos artistas, tantos profissionais da comunicação. O presidente da época, José Sarney, seria visto como o grande guardião dos direitos sociais. Mesmo sabendo que aquele ato era somente a oficialização de algo que já era visivelmente constatado, a Ditadura já definhava e estava moribunda por vários anos.
É antagônico quando após um quarto de século depois, aquele cidadão que oficialmente assinaria o documento dando fim à censura, viria fazê-la ressurgir em plena era de democracia plena. Mas é compreensivo quando se lembra que aquele já foi chamado de jurássico por respeitável jornalista de um dos mais idôneos hebdomadários (fazendo referência aqui à fala do senador e ex-presidente cassado, Fernando Collor ao se referir ao jornal o Estado de São Paulo).
Hoje se lê na primeira página do estadão.com, uma das publicações de o Estado de São Paulo, sob seu título, a pouco nostálgica expressão, sob censura. Isto por levar ao conhecimento público as gravações que traziam a conhecimento popular, a fora como os cargos públicos são compreendidos como propriedades particulares, pessoais. A divulgação das gravações tidas como íntimas e privadas é crime, mas o uso indevido da máquina pública em benefício próprio, da má utilização dos recursos públicos oriundos dos impostos pagos, e muito bem pagos, pelos contribuintes, pelos pais e mães de família, não é considerado como delito.
A lei que hoje rege o senado é: cala-te! Se falares dos meus podres, falarei dos teus.
* Bacharel em Comunicação e Co-produtor do Rádio Ciência