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06 maio 2020

DESPREPARO DOS GOVERNOS FRENTE AO COMBATE A PANDEMIAS

*Emerson Marinho

O Covid-19 escancara a insipiência dos governos mundiais frente as políticas de enfrentamento às pandemias.

Mais que qualquer outra pandemia dos últimos 100 anos, o Covid-19, vem escancarar como instituições e governos ainda engatinham na questão de prevenção de novas doenças ou mesmo diante da organização de políticas públicas de enfrentamento a crises no sistema de saúde.

Durante décadas, o mundo inteiro depositava sua confiança nos países desenvolvidos, por conta dos propalados altos investimentos na área da ciência e na alta tecnologia desenvolvida por eles. Tudo isso resultaria em socorro imediato em situações como essa pela qual o mundo está atravessando, criando vacinas que salvariam milhares de vidas, quase instantaneamente.

Tal lá como cá, nos países em desenvolvimento, há um ponto cego, no que se refere ao enfrentamento de pandemias. O Covid-19 veio revelar o descaso dos governos com a ciência, ao transferir grande parte dos investimentos em pesquisas para áreas ligadas à segurança contra possíveis inimigos estrangeiros e até certo ponto, inexistentes. Os exércitos recebem investimentos cada vez mais robustos para manter a soberania nacional, enquanto os inimigos invisíveis, cada vez mais reais e mortais, tem sua investigação e combate negligenciados.

Nas últimas duas décadas, várias pandemias veem anunciando o que estava por vir. Casos como do Ebola, Gripe Aviária e Suína, já mostravam a necessidade da antecipação dos governos para o combate de pandemias, cada vez mais fatais por falta de controle e conhecimento de sua linhagem. Por sorte, talvez, não conseguiram causar o estrago causado pelo Covid-19, pois se limitaram a determinadas regiões, ou por não terem a facilidade de contágio de pessoa para pessoa como apresenta a da atual pandemia.

É premente, a necessidade de mudar a visão dos governos mundiais, nacionais e regionais para cuidar da saúde das pessoas, tanto em nível global, como em níveis particulares, porquanto, como na cadeia alimentar, ao se romper um elo o todo fica comprometido.

O mundo deve estar preparado para o pior, não que ele necessariamente venha, mas para que em situações eventuais, estejamos minimamente prevenidos para se evitar de se alastrar pelo mundo com tanta rapidez, ou para se tomar iniciativas para o isolamento dos casos até a criação e produção de vacinas e medicamentos que reduzam os efeitos catastróficos sobre grande parcela da humanidade.

Outro fator que se mostrou falho foi a disponibilidade de equipamentos básicos como os propalados EPIs, equipamentos de suporte à vida (ventiladores pulmonares), ou mesmo medicamentos básicos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) como Propofol e Midazolam, jamais poderiam estar em falta. Essa realidade não foi exclusiva de Cidades, Estados ou Países subdesenvolvidos, mas também das grandes potências mundiais que pagam pela sua negligencia de se preparar para o imprevisível.

É inconcebível, ter como únicas recomendações para o combate à pandemia, uso de máscaras, o distanciamento social, ou até mesmo o Lockdown como alternativa extrema. Os governos precisam entender, que para além de buscar outros planetas habitáveis, ou mesmo vida inteligente fora da Terra, demandando investimento de bilhões, até mesmo trilhões de dólares, precisamos investir no que realmente valha a pena, nós mesmos. Esses investimentos devem ser aplicados primordialmente em pessoas, na manutenção da vida e preservação do nosso planeta.

*Bacharel em Comunicação