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20 outubro 2018

GENERAL MOURÃO PODE SER NOVO PRESIDENTE DO BRASIL


* Emerson Marinho

Uma das verdades da vida é que tudo é cíclico. O que vai, um dia volta. E em se tratando de política, em nosso país, isso é a mais pura verdade. Lembramos que o nosso país já foi governado por militares, por duas vezes, e nas duas por meio de golpe de Estado: em 1889 quando o Marechal Deodoro da Fonseca tomou o poder e proclamou a República; e em 1964 quando João Goulart, democraticamente eleito, foi deposto do cargo e se instalou a Ditadura, que estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime por 21 anos.

Outro momento cíclico se deu já no período pós-redemocratização. Nesse período o Brasil já foi governado por três vice-presidentes: José Sarney que governou de 1985 a 1989, após assumir o cargo em decorrência da morte de Tancredo Neves; Itamar Franco que assumiu o cargo em 1992 após o impedimento de Fernando Henrique Cardoso; e o caso mais recente é do Temer que, para muitos, conspirou para assumir o cargo, em 2016, após o Impeachment da Dilma Rousseff.

O Brasil está as portas de novamente ser governado por um vice-presidente não eleito pelo povo, e o pior, militar.

A tentativa de assassinato ao candidato Bolsonaro tem trazido consequências graves à vida do candidato. Desde o incidente, o capitão da reserva, tem mostrado saúde frágil, o que o impede de ir aos debates. Ao que parece, os médicos estão cautelosos evitando revelar que o caso do candidato pode ser grave, o que pode impedi-lo, também de assumir o cargo de presidente, como aconteceu com Tancredo Neves.

Bolsonaro pode ganhar, mas não levar. Na vacância do cargo, quem assume é o seu vice, General Mourão, de ideias muito mais radicais que a do candidato. Mourão já mostrou intenção de convocar uma nova constituinte, composta apenas por “notáveis” e não por eleitos democraticamente, como aconteceu durante os dois regimes militares. Também criticou o décimo terceiro salário e o adicional de férias, chamando-os de “jabuticaba”. O próprio Jair Bolsonaro afirmou que Mourão é “despreparado” para o cargo quando em resposta à afirmação disparou em sua página no twitter: “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, afirma, Bolsonaro.

Bolsonaro já foi alvo de denúncias de racismo ao citar, dentre outros casos, em evento no Rio de Janeiro, que “quilombolas não servem nem para procriar”: "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve, lá, pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles", o candidato disse ainda que irá acabar com todas as comunidades quilombolas e reservas indígenas existentes no País. Em matéria de polêmica, o seu vice não fica para trás, também causou controvérsia quando afirmou em entrevista, no Aeroporto de Brasília, que seu neto é um "cara bonito" por conta do "branqueamento da raça". Em outro momento já havia afirmado que o Brasil tinha a "indolência" dos indígenas e a "malandragem" dos negros

A ideia de “clareamento da raça” já foi defendida pelo governo do estadista Getúlio Vargas, durante a Ditadura Militar. Outro estadistas internacional que levou às últimas consequências a ideia de “clareamento das raças” e não menos conhecido, foi o nazista Adolf Hitler. O ditador, foi comparado ao vice do Bolsonaro, por Boulos, recém candidato à presidência pelo PSOL, em sua conta no twitter: “Vice de Bolsonaro falou hoje que seu neto é um "cara bonito" porque teve "branqueamento" da raça. Há menos de 100 anos, Hitler também quis melhorar "raças inferiores". Esterilizou 400 mil deficientes e matou 6 milhões de pessoas em campos de concentração”.


É enorme a possibilidade do General Mourão assumir o poder, tanto pela via direta, como vice do Bolsonaro, assumindo a presidência pela vacância do cargo, pois o ferimento parece que vai tirar o  militar de combate; como por meio de um golpe de Estado, já que muitas de suas ideias são discordantes da do titular, o que poderia levá-lo a dar um golpe e assumir o poder, ideia já sugerida por ele durante palestra em 2017, durante a crise que se abateu sobre o governo Temer, ao afirmou que “se o judiciário não fosse capaz de sanar a política existente no país isso seria imposto pelo exército por meio de uma intervenção militar.


* Bacharel em Comunicação pela Universidade Federal do Maranhão