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Emerson Marinho*
No recente evento G20 Social,
realizado no Rio de Janeiro, a primeira-dama do Brasil, Janja, a esposa do
atual presidente do Brasil, protagonizou um momento polêmico ao xingar o
bilionário Elon Musk durante sua palestra sobre a regulamentação das redes
sociais. A reação de Janja ocorreu após um som semelhante à de uma buzina de
navio interromper sua fala, momento em que ela brincou sobre a possível
presença de Elon Musk. A resposta de Elon Musk não demorou e veio por meio de
uma mensagem no X, onde ele debochou da declaração de Janja com emojis de risos
e afirmou que "eles vão perder a próxima eleição".
Essa troca de farpas gerou grande
repercussão nas redes sociais, com muitos questionando se o xingamento de Janja
configura um incidente diplomático. No entanto, é importante ressaltar que
Janja não ocupa um cargo público oficial e Elon Musk, apesar de ter sido
indicado para comandar um novo departamento de eficiência governamental pelo
presidente Donald Trump, ainda não assumiu o cargo. Além disso, a liberdade de
expressão é um direito fundamental, e a direita, que sempre defendeu esse
princípio, agora parece criticar Janja por “se expressar”.
É curioso observar que, quando o
ex-presidente Bolsonaro soltava palavrões inenarráveis, direcionados à imprensa,
a autoridades nacionais ou estrangeiras, a direita não considerou em momento algum,
falta de postura de alguém que representava e comandava o mais alto cargo público
no país. Em setembro de 2019, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, fez
um comentário ofensivo sobre a primeira-dama da França, Brigitte Macron,
durante um evento em Fortaleza. Guedes afirmou que Brigitte Macron "é feia
mesmo" enquanto defendia um comentário anterior do presidente Jair
Bolsonaro, que também havia feito uma observação depreciativa sobre a aparência
da primeira-dama francesa
Toda esta falta de postura não
foi tratada ou cogitada como um incidente diplomático por parte da direita que
não criticou a conduta destes personagens. A incoerência é evidente, e a
pergunta que fica é: onde está a liberdade de expressão?