Assumir a culpa pelo revés
surgido às vésperas da eleição seria assinar um atestado de incompetência, inadmissível
para quem almeja continuar na política, ainda que à sombra de fantoches
revestidos de lobos ou em pele de cordeiro. Sendo assim, se contentam em
utilizar o velho jargão dos profissionais futebolísticos: a melhor defesa é o
ataque. Imputar a culpabilidade a adversário minora a culpa ou melhor, o faz
safar-se ileso.
A população ludovicense se vê
encurralada por saber não contar com contingente policial suficiente para
manter a ordem, e por ver o crime, única instituição “organizada” no Estado, a
dar as cartas, impondo aos poderes instituídos, atender as suas reivindicações
por meio dos Direitos (ditos) Humanos, ou na falta deste, implantando o terror em
toda a cidade.
Os meios de comunicação alardeiam
que o Serviço de Inteligência da polícia está atenta para coibir a ação dos
grupos criminosos, no entanto, limitam-se a constatar o óbvio: a ordem para os
ataques partiu de dentro dos muros da Penitenciária de Pedrinhas. Afirmação já
sabida por metade da população que recebe nas redes sociais declarações dos
criminosos feitas de dentro do Complexo Penitenciário com celulares ultramodernos
e compartilhados naquele local que “deveria” ter, obrigatoriamente, inibidores
de sinais de celular.
São Luís vive não só o medo
experimentado por todos durante os anos da Ditadura Militar brasileira, mas começa
a respirar um clima fétido, pútrido de terror por saber que aos nossos
injuriantes é dado, ainda que ilegítimo, poder quase que total. Afinal, reina a
sensação de impunidade para os criminosos, podendo cometer qualquer crime
contra a vida. Se presos, a própria justiça (escrita intencionalmente com letra
minúscula) se encarrega de libertá-los, quando não, são soltos por agentes
penitenciários corruptos em troca de uns bons trocados. Isso tudo é de
conhecimento público. Como pode a população ajudar a polícia por meio de denúncias
anônimas, sabendo que pode ser identificada por policiais corruptos aos
comparsas criminosos que podem assassinar sumariamente seu delator, sendo este só
mais um número na estatística de crimes não resolvidos, ou impunes?
Como dizem os criminosos em suas
declarações compartilhadas no WhatsApp, Facebook, Youtube e outras: isso é só o
começo. E dificilmente o próximo governante, quem quer que seja, irá controlar
o Crime, ainda que comandado por pobres “ignorantes”, Organizado, porquanto a
polícia e os muros de seus palacetes e carros blindados os protegem do fogo
cruzado dos grupos criminosos cada vez mais poderosos tendo o povo como só um
objeto para atingir os seus objetivos, da mesma forma que foi durante várias
décadas e ainda é nos morros cariocas.
Emerson Marinho