*Emerson Marinho
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Entretanto,
a realidade brasileira se mostra bastante distinta. A falta de apoio incisivo do
Governo Federal para o combate à pandemia, refletido principalmente na ausência
de um Ministro da Saúde efetivo e duradouro, por vários meses, além do relaxamento
das medidas restritivas em diversas cidades do país, trouxe o agravamento da
crise e a volta às medidas de isolamento social. O número de contaminados e
óbitos cresceu de forma assustadora.
Na
contramão desses números, o achatamento da curva de contaminados e óbitos, registrados
na capital maranhense, diminuiu. Esses dados têm contribuído para uma falsa
sensação de fim da crise no Estado e a necessidade da pronta reabertura das
atividades não essenciais. Junto a isso, a desinformação ou a falta de informações
precisas, tem contribuído para que a população relaxe as medidas sanitárias exigidas
pelo governo e órgãos de saúde. Notícias de novos medicamentos para o combate
ao vírus, e outras relacionadas a vacinas desenvolvidas e próximas de serem produzidas
em massa, levam a essa falta sensação de que o inimigo não é mais imbatível.
Entretanto,
muitos municípios no Estado estão no início da crise e São Luís não está livre
do vírus ou do risco do agravamento da crise. Com a redução da ocupação dos
leitos de UTI, ou mesmo dos leitos clínicos na capital, muitos casos graves,
oriundos do interior, vem ocupando essas vagas trazendo o vírus para a capital
e o risco futuro de uma nova contaminação, se porventura houver o total controle
do contágio.
Lembrando
que o governo do Estado foi um dos primeiros do país a adotar medidas restritivas
e outras medidas de combate ao vírus. Mesmo assim, a capital maranhense ocupou,
no início, os primeiros lugares em números de óbitos, levando em conta a
percentagem da população. No final de junho, o Ministério da Educação divulgou que
o Maranhão tinha 4 cidades entre as de menor crescimento de novos casos da
doença. As três primeiras posições eram ocupadas por cidades maranhenses, localizadas
na grande ilha. São Luís ocupava a 2ª posição.
Analisando
com um olhar crítico para toda essa realidade, levando em consideração os cenários
global e municipal, entende-se existir muitas vitórias no Estado. No entanto, a
guerra contra esse inimigo, ainda não totalmente conhecido, está longe do fim.
É necessário cautela a cada novo passo por parte dos gestores e da população. É
fundamental a análise criteriosa dos dados fornecidos pela ciência e suas
recomendações, mas trazendo para as especificidades e realidades de cada região.
Só assim, será possível a adoção de políticas que permitam o afrouxamento das
medidas restritivas de forma gradual, sem prejuízos para as conquistas já alcançadas.
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Bacharel em Comunicação Social