
Na contramão do fato, vários pseudo intelectuais, buscaram
ver no crime uma situação de racismo, que ainda existente de forma velada em
nosso estado, certamente no nosso país, não poderia ser reivindicado nesse caso
e mais tarde citarei o motivo.
Me chamou a atenção o texto do ex-BBB, hoje Deputado Federal
Jean Willys, aonde trago alguns trechos. O primeiro deles foi: “Mais uma vez, o
linchamento, a barbárie eivada de racismo”... Como pode o nobre deputado no comodismo
de seu gabinete emitir tão precisa asserção? Ao que me parece as constatações
foram feitas a partir das fotos espalhadas pelos jornais e viralizadas pelas mídias
sociais. Antes de qualquer julgamento antecipado, o excelentíssimo deputado
deveria se valer dos fundamentos do jornalismo, matéria da qual é formado, a apuração
dos fatos in loco, ou no mínimo
entrevistar aqueles que presenciaram a cena. De acordo com testemunhas oculares,
a vítima que veio a óbito foi o responsável por empunhar a arma que falhou três
vezes na tentativa de ferir um pai de família, mais uma vítima dos crimes que
hoje proliferam como uma praga em todas as cidades do nosso país. Não teria
qualquer justificativa para ser reivindicado crime de racismo, mas sim revolta
com a horda de criminosos que vitimam trabalhadores todos os dias e se colocam
impune em meio à sociedade, hoje mais contemplativa ao clima de impunidade tão
frequente em nosso país, e não menos em nosso estado.
A outra vítima, ao contrário do
que alguns reclamam, não teria ficado impune, só não foi a óbito também por
conta da chegada iminente dos “bravos, eficientes e céleres” policiais militares.
O conspícuo deputado, também
afirma que o suspeito foi “espancado até a morte por uma turba de psicopatas em
São Luis”. Acredito que o altivo ex-bbb não compreenda o que é ser um
trabalhador assalariado que trabalha de sol a sol 6 dias por semana e no final
do mês, ao receber o seu mísero salário, descontado tantos benefícios e
impostos, é abordado por uma “criança” menor infrator e/ou um mal sucedido
cidadão levado a ser criminoso por falta de oportunidade, que além de usurpar
os rendimentos parcos do trabalhador lhe chama de “vagabundo” e/ou ceifa-lhe a
vida sem o menor remorso e sem a mínima explicação. Excelentíssimo deputado, os
psicopatas que vossa excelência nomeia, são pais de família cansados de serem vilipendiados
diuturnamente por aqueles que se dizem nossos representantes em suas mais
distintas esferas e abordados por bandidos armados que assaltam com a certeza
da impunidade. A justiça outrora cega, hoje enxerga apenas os direitos da
minoria marginalizada que tem nos Direitos Humanos um eficiente e digno órgão para
livrá-los das “injustiças”. Decoroso deputado, se “esses direitos (Humanos) são
também daquele adolescente espancado e atado a um poste por uma trava de
bicicleta!” deveriam ser dos filhos que se tornam órfãos prematuramente e das
mães de família viúvas esquecidas pelos Direitos Humanos e pelos excelsos
parlamentares. Eles têm suas vidas reviradas e terão que ser assistidos por
familiares ou amigos complacentes ou ainda aprenderem a buscar uma nova forma
de superar as agruras da vida por conta própria.
O ex-bbb, hoje representante da
dita classe minoritária, mete os pés pelas mãos ao agredir a quem quer que seja
que não concorde com sua ideologia, com seus princípios (ou a falta deles), desde
jovens de 19 anos que não escapam de seu vilipêndio, de suas agressões verbais,
a jornalista “cafona” que tem suas afirmações distorcidas por defender aqueles
a quem o brioso deputado e seus pares esquecem ter a obrigação de fazer.
Compreender a ação da “turba de psicopatas”, da multidão surtada em desabafo
por falta de justiça, não é, e nunca será, aceitar a ação de quem se volta à ordem
pré-estabelecida. Compreender as razões das agressões cometidas contra os jovens
ludovicenses ou a tantas outras vítimas de linchamento, negros ou não, não é
incentivar ou “fazer apologia ao linchamento” é perceber a revolta da população
pelas injustiças sofridas, pela falta de investimento na segurança expressado
pelo insuficiente número de agentes policiais ou viaturas para atender aos pedidos
de socorro. É se colocar ao lado dessa multidão desassistida de direitos.
O pseudo-herói tupiniquim que busca
“roubar” o direito dos pobres para dar a uma minoria dita discriminada, dá uma
de João Sem Braços ao não compreender que cercear o direito de uma jornalista expressar
os lamentos de uma maioria (não intelectualizada) é o espelho da “viúva
ditadura fascista”, hoje reproduzida por grupos, propagandista do ódio e da
inversão de valores sociais.
Meu nobre egrégio, o Estado
Democrático de Direito está desacreditado, não por conta daqueles que
representam o 4º poder, mas por cidadãos que esquecem quem deu o poder que hoje
ostentam; por aqueles que se acham acima do direito de respeitar os seus pares,
ou quem eles representam; por aqueles que confundem o bem público com o bem
particular, que metem, sem qualquer pudor, as pútridas mãos no erário público,
nas verbas para comprar a merenda das nossas crianças, no dinheiro destinado à
nossa saúde, educação, segurança, etc.
O “nosso” pseudo Robin Hood
precisa sair de sua mordomia, da sala com ar condicionado, se desnudar do terno
italiano pago com o nosso dinheiro para observar in loco a situação da “maioria” desassistida pelos poderes instituídos.
Pisando na lama, vestindo a farda dos nossos operários ele compreenderá ser
eles, os nobres parlamentares, os únicos responsáveis por “fazer do Brasil o cu
do mundo”.
Emerson Marinho