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*Emerson Marinho
A recente proposta de
emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a escala de trabalho 6 x 1, onde os
trabalhadores têm uma folga a cada seis dias de trabalho, tem gerado intensos
debates no Congresso Nacional e na sociedade brasileira. A proposta foi
apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), inspirada pelo movimento Vida
Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ). Azevedo,
que ganhou notoriedade nas redes sociais ao relatar a exaustiva rotina de
trabalho em uma farmácia, conseguiu mobilizar milhões de brasileiros em torno
da causa.
A PEC visa reduzir a
carga horária semanal de 44 para 36 horas, sem afetar a jornada diária de 8
horas, e eliminar a escala 6 x 1, considerada abusiva por muitos defensores da
mudança.
Quem defende a PEC
argumenta que a escala 6 x 1 compromete a saúde, o bem-estar e as relações
familiares dos trabalhadores. Eles apontam que a redução da jornada de trabalho
pode aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida, como observado em
países como Alemanha, França e Itália, que já adotaram jornadas de trabalho
mais curtas. "A carga horária abusiva imposta por essa escala de trabalho
afeta negativamente a qualidade de vida dos empregados", ressalta o texto
da petição pública que apoia a PEC.
Por outro lado, os
críticos da proposta alertam para os possíveis impactos econômicos negativos.
Eles argumentam que a redução da jornada de trabalho pode aumentar os custos operacionais
das empresas, levando a demissões e aumento dos preços de produtos e serviços.
"Para equilibrar o aumento de custos, algumas empresas podem optar por
demissões, o que poderia elevar o índice de desemprego", defende o
deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG).
A discussão sobre a
escala 6 x 1 no Brasil reflete uma tendência global de revisão das jornadas de
trabalho. Países como Alemanha, Dinamarca e Noruega têm adotado jornadas mais
curtas, associadas a maiores índices de produtividade e satisfação dos
trabalhadores. No entanto, a proposta enfrenta desafios significativos,
principalmente no que diz respeito aos custos para os empregadores e à
resistência de alguns parlamentares.
A solução para esse
impasse pode estar na busca por um equilíbrio entre as necessidades dos
trabalhadores e as capacidades das empresas. A adoção de políticas que permitam
o afrouxamento gradual das medidas restritivas, sem prejuízos para as
conquistas já alcançadas, pode ser um caminho viável para melhorar a qualidade
de vida dos trabalhadores brasileiros.
*Bacharel em Comunicação Social