Análise das Viagens Internacionais de Lula e Bolsonaro: Investimentos, Riscos e Prioridades Políticas
Emerson Marinho*
![]() |
Imagem gerada com auxílio de IA. |
De acordo com dados oficiais
obtidos pela Lei de Acesso à Informação, as despesas com diárias e passagens
nas viagens de Lula em 2023 totalizaram R$ 5 milhões, enquanto Bolsonaro gastou
R$ 4,8 milhões entre 2019 e 2022. Lula fez seis viagens ao exterior nos primeiros
seis meses de governo, com destaque para sua visita à China e Emirados Árabes
Unidos, que custou R$ 1,2 milhão. Por outro lado, Bolsonaro realizou 18 viagens
internacionais ao longo de seu mandato, sendo a mais cara para a China, com um
custo de R$ 1 milhão.
Ao analisarmos os investimentos
gerados por essas viagens, observamos que Bolsonaro buscou estreitar as
relações comerciais com os Estados Unidos, Israel e Chile, além de assinar
acordos de cooperação em diversas áreas. No entanto, suas políticas geraram
críticas por se alinhar excessivamente aos interesses desses países, sem
contrapartidas claras. Além disso, os atritos com a Argentina, principal
parceiro do Brasil no Mercosul, foram um ponto de preocupação. Segundo dados do
Ministério da Economia, as viagens internacionais de Bolsonaro resultaram em R$
65,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no Brasil entre 2019 e 2022.
Por sua vez, Lula buscou retomar
o protagonismo do Brasil na América Latina e no mundo, fortalecendo os laços
com antigos aliados, como Argentina, Cuba e Venezuela, além de buscar uma
aproximação com os Estados Unidos. Defendendo a integração regional, a
cooperação econômica e o multilateralismo, Lula prometeu utilizar o Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras na
América do Sul. Os resultados foram expressivos: as viagens internacionais de
Lula renderam R$ 111,5 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no Brasil
nos primeiros seis meses de governo, segundo dados do Ministério da Economia.
As viagens internacionais de Lula
e Bolsonaro apresentaram custos significativos para os cofres públicos, mas
geraram benefícios diversos para o país. Lula atraiu mais investimentos
estrangeiros em apenas seis meses. Bolsonaro buscou diversificar as parcerias
comerciais do Brasil, mas também enfrentou críticas por suas alianças. Ambos os
presidentes seguiram suas orientações ideológicas e priorizaram seus aliados
políticos. No entanto, é crucial que uma política externa eficaz leve em
consideração os interesses nacionais e a diversificação das parcerias.
O Brasil precisa adotar uma
postura de diálogo com todos os países e blocos regionais, sem se fechar em uma
visão unilateral. Somente dessa forma o país poderá aproveitar as oportunidades
e enfrentar os desafios do cenário global. As viagens presidenciais são
instrumentos valiosos para o estabelecimento de relações internacionais, mas é
fundamental que os benefícios econômicos e políticos sejam avaliados
cuidadosamente, sempre considerando o melhor interesse da nação.
* Bacharel em Comunicação Social