Projeto de lei propõe a contratação de guardas para atuar nas escolas públicas da capital, em contraposição ao modelo de escolas cívico-militares do governo federal
Emerson Marinho*
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Imagem gerada por IA, |
Frente a essa realidade
preocupante, um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de São Luís
propõe a obrigatoriedade da presença de guardas nas escolas públicas da
capital. A proposta, de autoria do vereador Álvaro Pires (PMN), intitulada
Projeto de Lei n.º 101/23, encontra-se em análise pelas comissões de Justiça,
Educação e Orçamento da Casa Legislativa.
De acordo com o autor do projeto,
o objetivo principal é assegurar a segurança dos estudantes e profissionais da
educação, além de prevenir e combater atos de violência dentro das escolas. De
acordo com a proposição, a presença de guardas pode dissuadir ações criminosas,
como furtos, roubos, vandalismo, bullying e até mesmo massacres. A proposta
estabelece que os guardas sejam contratados por meio de concurso público ou
terceirização, e que passem por treinamentos específicos para atuarem nas
escolas. Além disso, o projeto deve propor avaliações periódicas de aptidão
física e psicológica para os guardas.
Esse projeto apresentado pelo
vereador Álvaro Pires se opõe à ideia de implementação das escolas
cívico-militares defendida pelo governo federal. O modelo das Escolas
Cívico-militares propunha a participação de militares da reserva na gestão
administrativa, disciplinar e pedagógica das escolas, com o objetivo de
melhorar os índices educacionais e reduzir a violência.
Entretanto, especialistas em
educação criticaram esse modelo, apontando riscos para a democracia, a
diversidade e a autonomia das escolas. Além disso, não houve evidências
científicas que comprovassem a eficácia das escolas cívico-militares na
melhoria da qualidade da educação ou na redução da violência.
A proposta do vereador Álvaro
Pires é mais positiva do que a proposta do governo federal, uma vez que não tem
a intenção de militarizar as escolas, mas sim de garantir a segurança no
ambiente escolar. Além disso, o projeto respeita a gestão democrática das
escolas e não interfere no projeto pedagógico das instituições.
No entanto, a implementação dessa
proposta também enfrenta desafios, como o custo financeiro para a contratação e
capacitação dos guardas, além da necessidade de articulação entre as
secretarias municipais de educação e segurança pública, para definir as
atribuições e responsabilidades dos guardas nas escolas.
Por fim, é importante ressaltar
que a presença de guardas nas escolas não é suficiente para prevenir e combater
a violência. É necessário também investir em políticas públicas que promovam a
cultura da paz, o respeito à diversidade, a mediação de conflitos e a
valorização da educação.
* Bacharel em Comunicação Social