Jornal tenta associar caso das joias de
Bolsonaro com conduta do atual presidente e da primeira dama
Emerson Marinho*
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Imagem criada por IA. |
A reportagem traz ainda uma lista com 231 presentes
que o presidente e a primeira dama receberam desde o início do mandato. As
informações foram retiradas da Lei de Acesso à Informação (LAI) que é púbica. Esses
presentes fazem parte do acervo privado do presidente, que os declarou à
Receita Federal e os preserva conforme a legislação vigente.
Essa conduta contrasta com a do ex-presidente, Jair
Bolsonaro, que tentou trazer ilegalmente ao Brasil um conjunto de joias
avaliado em R$ 5 milhões, supostamente enviado pela Arábia Saudita à então
primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de outros presentes. As joias entraram
no país sem serem declaradas à alfândega e foram apreendidas pela Receita
Federal. De acordo com as primeiras investigações, Bolsonaro teria atuado pessoalmente
para tentar liberar o presente, mas não conseguiu.
O recebimento de presentes por parte de autoridades públicas, como presidente, ministros e diplomatas deve seguir o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que estabelece os princípios éticos e as normas de conduta para os ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior na administração pública federal. A autoridade que receber presentes deve declará-los à Receita Federal e mantê-los sob sua guarda e responsabilidade. Ela também deve preservar a integridade dos objetos e permitir o acesso público aos mesmos, mediante solicitação fundamentada.
O descumprimento dessas regras pode acarretar
sanções administrativas, civis e penais à autoridade. Entre elas, estão a perda
do cargo ou função pública, a suspensão dos direitos políticos, o ressarcimento
ao erário e a prisão.
Ao declarar
os presentes recebidos de países estrangeiros e preservá-los conforme a lei, o
casal Lula e Janja demonstra respeito à ética pública e à
transparência. Ao contrário do que sugere o jornal, que teve o intuito de fazer
uma associação indevida entre os dois casos, no entanto, não há qualquer
irregularidade na conduta do atual presidente e da sua esposa.
É lamentável ver que um veículo de comunicação, de
tiragem nacional, se preste a um papel de desinformar seus leitores, trazendo informação,
pra não dizer o mínimo, truncada. É preciso que a imprensa cumpra o seu papel
de informar com responsabilidade e imparcialidade, respeitando os fatos e as
fontes.
*Bacharel em Comunicação Social